Comportamento Organizacional
Comportamento Organizacional
Comportamento
Organizacional
SUMÁRIO
O QUE É COMPORTAMENTO ORGANIZACIONAL? 4
COMPORTAMENTO INDIVIDUAL 9
COMPORTAMENTO EM GRUPO 16
COMPORTAMENTO ORGANIZACIONAL 22
INTRODUÇÃO À COMUNICAÇÃO 26
COMUNICAÇÃO INTERNA 32
COMUNICAÇÃO EXTERNA 37
GESTÃO DA COMUNICAÇÃO 43
INTRODUÇÃO À LIDERANÇA 48
LIDERANÇA ESTRATÉGICA 52
DIAGNÓSTICO DO COMPORTAMENTO ORGANIZACIONAL 58
CONCLUSÃO 93
REFERÊNCIAS 95
INTRODUÇÃO
Olá, prezado(a) aluno(a)!
É uma grande alegria e uma imensa satisfação me dirigir a você no início desta jornada
fantástica do conhecimento por meio da disciplina de Comportamento Organizacional.
Sou o professor Eudes Cristiano Vargas e realmente sou apaixonado pelo mundo da
educação, assim, ter a possibilidade de, por meio das palavras, discutir assuntos impor-
tantes dessa área, realmente me deixa extasiado.
Nesta disciplina, faremos muitas reflexões e discussões a fim de trazer os conteúdos
da forma mais compreensível e simples, conduzindo exemplos cotidianos e de referên-
cia geral, assim você pode criar o link entre teoria e prática.
A discussão central desta disciplina é apresentar as principais questões relaciona-
das com as dinâmicas interpessoais no contexto organizacional e propiciar uma melhor
compreensão sobre o comportamento dos grupos e das lideranças nas organizações,
assim, para um melhor desenvolvimento didático, procuramos dividir os conteúdos em
quatro grandes áreas de conhecimento, sendo elas: i. Comportamento, em que faremos
uma breve introdução do comportamento organizacional, passando então às explica-
ções sobre o comportamento humano individual, partindo em seguida para o compor-
tamento grupal e por conseguinte ao próprio comportamento organizacional em si, ii.
Comunicação, momento em que faremos nossas considerações sobre a importância
da comunicação assertiva, focando nossos esforços em esclarecer as reais formas de
comunicação e como elas podem refletir positiva ou negativamente nas organizações,
iii. Liderança, neste bloco discutiremos os assuntos voltados à liderança, os líderes e os
liderados, veja que ambos são importantes dentro da compreensão de liderança e como
esta é aplicada dentro da organização e finalizando nossos blocos de discussões apor-
taremos no cais das contradições e contestações sobre as relações interpessoais. Neste
momento, você poderá experimentar a complexidade dessas relações, das necessida-
des individuais e grupais sobre as interações e como tudo isso influencia os resultados
apresentados nas organizações.
Como você pode ver, teremos um longo caminho pela frente, por isso, entregue-se
à leitura, instigue-se e explore cada conteúdo abordado. E lembre-se: estaremos juntos
nessa caminhada.
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AULA 01
O QUE É
COMPORTAMENTO
ORGANIZACIONAL?
Olá, querido(a) acadêmico (a), tudo bem? Vamos iniciar nossos estudos sobre o compor-
tamento organizacional? Você sabe o que significa isso? Tenho certeza que já assistiu a
filmes como O Diabo Veste Prada ou O Senhor Estagiário, que além da presença ilustre
da atriz Anne Hathaway, demonstram os comportamentos clássicos dentro das empre-
sas, ou ainda, você já deve ter presenciado isso nas empresas onde trabalhou.
Nesse sentido, na Aula 01 você conhecerá o conceito e as características que com-
põem o comportamento organizacional (CO), vamos lá!
O estudo do CO iniciou em 1940 e envolvia diversas áreas, dentre elas, a psicologia
experimental, clínica e organizacional, a comunicação, a psicologia social, a sociologia
interacionista, a sociologia, a ciência política, a antropologia e a economia. É importante
mencionar que a partir da Revolução Industrial no século XIX o trabalho manual dos ar-
tesãos foi substituído pelas máquinas, e assim esperava-se um comportamento organi-
zacional padronizado para obter maior produtividade, bem como o pagamento era rea-
lizado por unidade produzida, ou seja, aplicação do método da administração científica
- o que não funcionou, pois os trabalhadores se incomodavam com a observação dos
supervisores durante a medição do seu desempenho, reduzindo assim a produtividade.
O fracasso desse método impulsionou o surgimento do método das relações huma-
nas, que enfatizava a importância da motivação e das atitudes para explicar o compor-
tamento organizacional, bem como o impacto do relacionamento dos grupos sociais
informais dentro da empresa na produtividade. Portanto, a produtividade era resulta-
do do intercâmbio idêntico entre os gestores e subordinados, ou seja, os trabalhadores
produziam em troca do reconhecimento dos gestores, que por sua vez, reconheciam
os trabalhadores pela sua produção. Infelizmente o relacionamento recíproco entre os
empregadores e empregados nem sempre era possível.
Em seguida, surgiu o método da contingência, que afirmava que o estudo do compor-
tamento organizacional era muito mais complexo, pois existe uma interdependência en-
tre os fatores pessoais e situacionais na determinação do CO. Nos dias atuais, todos esses
métodos ainda são aplicados, mas existe uma infinidade de outras práticas de CO, pois:
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[...] o comportamento organizacional (CO) é o estudo a respeito do que
as pessoas pensam, sentem e fazem dentro e em torno das organiza-
ções. Ele envolve a análise dos comportamentos, decisões, percepções
e respostas emocionais dos funcionários. O CO examina como indiví-
duos e equipes de organizações se relacionam entre si e com suas con-
trapartes em outras organizações. Além disso, o CO engloba o estudo
de como as organizações interagem com seus ambientes externos,
particularmente no contexto do comportamento e das decisões do
funcionário. Os pesquisadores de CO estudam sistematicamente esses
temas em múltiplos níveis de análise, a saber, o indivíduo, a equipe (in-
cluindo o aspecto interpessoal) e a organização (MCSHANE, 2014, p. 2).
Esses níveis serão estudados com maior ênfase na quarta aula. Lembre-se que o compor-
tamento organizacional possui características próprias, dentre elas: é uma disciplina cien-
tífica aplicada, adota uma abordagem situacional, utiliza métodos científicos, ajuda a lidar
com as pessoas nas organizações, recebe contribuições de várias ciências comportamen-
tais, e está intimamente relacionado a vários campos de estudo da área da administração.
Mas afinal, por que estudar o comportamento organizacional? Qual é a importância
do CO para o sucesso de uma empresa? O conhecimento sobre o comportamento organi-
zacional ajuda a compreender o mundo em geral, oferece ferramentas e estratégias para
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que as pessoas possam interagir umas com as outras de maneira eficiente e orienta os
trabalhadores que pretendem obter sucesso profissional, bem como as práticas de CO im-
pulsionam o aumento da sobrevivência e sucesso das organizações (CHIAVENATO, 2014).
Portanto, uma empresa que investe em atividades relacionadas ao CO como, por
exemplo, treinamentos, recompensas e reconhecimento, pode obter resultados positi-
vos para todos os seus stakeholders, pois fortalece a cultura organizacional e também
melhora o clima. Mas o que são o clima e a cultura organizacional? Explico.
Você já deve ter participado ou ido a alguma festa cultural espalhada pelo Brasil. Temos
o Carnaval, o festival folclórico de Parintins com o Boi Garantido e o Caprichoso, Festas de
São João, Lavagem das Escadarias do Bonfim, A Congada, Marejadas, Cavalgadas, enfim,
festas que demonstram a cultura da região e externaliza os valores e as crenças das pes-
soas de determinado local. Assim como nós temos nossa cultura, a organização também
manifesta sua cultura, podendo ser considerada o DNA de uma empresa, pois representa:
Do mesmo jeito que cada país ou região tem sua própria cultura, a empresa também
tem a sua. A cultura organizacional é reflexo dos valores pessoais de seus gestores e
serve de parâmetro para todas as decisões tomadas durante o ciclo de vida da empresa.
Nesse sentido, a cultura tem uma parte implícita e outra explícita: a implícita transpare-
ce aspectos relacionados com as pessoas, ou seja, os hábitos, atitudes, comportamentos,
rituais, padrões de persuasão e poder, sentimentos e normas grupais, valores, expectati-
vas e tradições, dentre outros.
Já a explícita é representada pelo maquinário, uniformes, arranjo físico (layout), es-
trutura organizacional, títulos e descrições de cargos, objetivos e estratégias organiza-
cionais, logomarca, produtos, serviços, tecnologia, regulamentos, processos, métodos de
trabalho e símbolos, entre outros artefatos. Portanto, a cultura oficial é a explícita, que
pode ser verificada através das políticas e normas da organização (LACOMBE, 2011).
ANOTE ISSO
Você sabia que a cultura é principalmente formada com base na visão dos
fundadores ou dirigentes de uma empresa? Isso mesmo, as normas e políti-
cas são regidas pelos valores que os fundadores acreditam.
A cultura pode ser considerada dominante quando seus valores organizacionais são am-
plamente compartilhados pela maioria dos colaboradores, ou seja, eles internalizaram e
disseminam esses valores. Também existem as subculturas, que representam minicul-
turas baseadas na cultura dominante e adaptadas à realidade de um departamento ou
localização geográfica (filiais da empresa). Além da subcultura, também existe a contra-
cultura, que acontece quando uma subcultura se torna mais forte que a cultura domi-
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nante, ou seja, é um movimento isolado de alguns colaboradores que querem resistir
aos padrões estabelecidos pela empresa (cultura dominante ou nova cultura), criando
uma resistência passiva.
Agora que você já conhece os principais conceitos que envolvem a cultura organiza-
cional e qual é a sua importância para o desenvolvimento de uma organização, vamos
abordar o clima organizacional, que sofre influência direta das manifestações da cultu-
ra no dia a dia da empresa. Mas afinal, o que é o clima interno ou clima organizacional?
Ele pode ser definido como:
O clima organizacional pode ser classificado em favorável, positivo ou bom, quando pre-
dominam as atitudes positivas, como o comprometimento com os objetivos organiza-
cionais, pode ser prejudicado ou mais ou menos favorável, quando algumas variáveis
organizacionais afetam de maneira negativa o ânimo da maioria dos funcionários ge-
rando tensão, rivalidades, resistências, entre outros, e desfavorável, negativo ou ruim,
quando é predominantemente ruim, neste caso os colaboradores se desligam da em-
presa, sentem vergonha e omitem sua passagem por ela, ambas formas são passíveis de
acarretar consequências à empresa. É imprescindível que ela não apresente um clima
organizacional neutro, pois isto simboliza que os colaboradores não têm opinião forma-
da sobre a cultura organizacional.
A análise do clima identifica os pontos que precisam ser trabalhados pela empresa,
ou seja, indica quais são os principais problemas que precisam ser solucionados, visando
proporcionar um ambiente de trabalho saudável e, consequentemente, que incentive
os colaboradores a alinhar seus objetivos pessoais aos objetivos organizacionais, geran-
do vantagens para ambas partes. As principais estratégias de avaliação do clima organi-
zacional incluem contato direto dos gerentes com os subordinados, entrevista de des-
ligamento, entrevista do serviço social, ouvidoria, programa de sugestões, sistema de
atendimento às queixas e reclamações, reuniões da equipe de relações trabalhistas com
os funcionários, linha direta com o presidente, café da manhã com presidente/diretores/
gerentes, e a pesquisa de clima organizacional que é a estratégia mais utilizada.
COMPORTAMENTO
INDIVIDUAL
Muito provavelmente você já deva ter visto reações inesperadas de algum indivíduo, um
momento de fúria, um comportamento mais áspero de alguém que é doce e meigo, ou
até mesmo em noticiários onde um indivíduo calmo e tranquilo acaba tendo atitudes
intensas e violentas. De forma geral, os seres humanos costumam se comportar e agir de
maneiras “parecidas” em situações “parecidas”, porém, pode acontecer de isso não se re-
prisar sempre, e é esse o direcionamento que pretendo dar ao nosso conteúdo nesta aula.
Grande parte do comportamento humano deve-se a algumas características que
Robbins (2005) chama de “características biográficas”, “habilidades” e “aprendizagem”.
Já Wagner e Hollenbeck (2003) pontuam que devido à maior inclusão de pessoas con-
sideradas de grupos de minorias (mulheres, imigrantes, etc.), a crescente globalização e
o envelhecimento da população e, por conseguinte, da força de trabalho, o comporta-
mento humano está sendo modificado constantemente.
Já parou para pensar como cada pessoa possui uma forma particular de pensar e
agir? Muitas vezes dizemos que uma pessoa tem a personalidade forte, ou em outros
momentos dizemos que determinada pessoa não tem personalidade. Essa expressão
não pode existir, é completamente equivocada, pois todos nós temos personalidade,
visto que ela é um “conjunto de características afetivas, emocionais e dinâmicas relati-
vamente estáveis, e habituais da maneira de ser de uma pessoa em seu modo de reagir
às situações nas quais se encontra” (MORIN, AUBÉ, 2009, p. 13).
A definição de personalidade apresentada acima pode incluir habilidades, atitudes,
crenças, desejos, o modo de comportar-se e, inclusive, os aspectos físicos do indivíduo –
o que engloba também o modo como todos esses aspectos se integram, se organizam,
conferindo peculiaridade e singularidade ao indivíduo.
Cada indivíduo possui características que o diferenciam dos outros e que definem a sua
forma de se comportar. À medida que se desenvolvem longitudinalmente, os indivíduos
desenvolvem padrões de hábitos ou respostas condicionadas a vários estímulos. A soma
desses padrões de hábitos, enquanto percebida pelos outros constitui sua personalidade.
Robbins (2005) nos diz que a personalidade de um indivíduo é a combinação dos
traços psicológicos que usamos para classificá-lo: por exemplo, calma, eloquência,
agressividade, ambição ou persistência. Quando uma pessoa se comporta de maneira
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semelhante em condições semelhantes, é esse comportamento que a torna reconheci-
da como personalidade distinta pelos outros. Com base nisso, podemos esperar ou até
prever certos tipos de comportamento dessa pessoa.
Porém, nas ciências exatas (física, química, matemática, etc.) existem leis que são
aplicáveis em uma grande variedade de situações, e isso permite aos estudiosos genera-
lizar os efeitos da lei da gravidade, por exemplo, ou até mesmo enviar um astronauta em
segurança ao espaço. Já nos estudos sobre o comportamento do ser humano, não po-
demos aplicar tais fórmulas e esperar rigorosamente o resultado esperado. Isso porque
devido à nossa individualidade, numa mesma situação, duas pessoas podem ter reações
totalmente diferentes (ROBBINS, 2005).
Complementando nosso entendimento, uma mesma pessoa, em situações muito
semelhantes, pode ter reações adversas, ou seja, comporta-se de maneira x e, em outra
oportunidade, comportar-se de maneira y. Para compreender melhor, preste atenção ao
comportamento de diversas pessoas ao chegar ao trabalho na segunda-feira e compare
com o comportamento dessas mesmas pessoas ao chegar ao trabalho na sexta-feira.
Você deve ter percebido o quão interessante e complexo é o estudo do comporta-
mento humano e suas variáveis, e é exatamente essa complexidade que nos torna seres
únicos e inigualáveis.
Lembra que ainda acima comentei que Robbins (2005) afirmava que grande parte
do comportamento se devia a algumas características, entre elas, aquelas que ele cha-
ma de características biográficas de personalidade? Pois bem, neste momento, trans-
crevo essas características biográficas para sua melhor compreensão:
•• Consistência: posto que a personalidade é um traço distintivo de cada pessoa,
permanece “relativamente” estável ao longo do tempo, influindo no seu compor-
tamento. Isso não evita que o indivíduo possa mudar o seu comportamento devi-
do a fatores ambientais ou a necessidades experimentadas.
•• Diferenciação: a personalidade permite identificar cada indivíduo como um ser
único. Essa característica traduz-se nas distintas reações que as pessoas podem
ter diante de um mesmo estímulo. A personalidade é única por ser uma “combi-
nação de fatores” internos, mas se quisermos utilizá-la como critério de segmen-
tação, podem-se destacar um ou vários traços comuns.
•• Evolução: apesar de a personalidade ser um traço consistente, pode variar a longo
prazo pela interação com o meio, pelas experiências vividas pelo indivíduo ou sim-
plesmente, à medida que a pessoa vai amadurecendo.
•• Imprevisibilidade: a personalidade é uma complexa combinação de característi-
cas e comportamentos que tornam difícil uma predição da resposta dos consumi-
dores aos estímulos sugeridos.
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Figura 01 – Figura fundo 01. Fonte: https://psicologado.com/abordagens/humanismo/
exemplificacoes-sobre-as-leis-da-gestalt
Veja que apenas nesses dois exemplos fica muito claro que o estímulo externo (neste
caso, as imagens) é interpretado a partir de nossa capacidade de assimilar e compreen-
der aquilo que nos é conhecido ou importante no momento.
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ISTO ESTÁ NA REDE
Para conhecer mais sobre as teorias comportamentais, acesse o site http://
www.psiqweb.med.br/site/. Nele, você encontrará uma série de informa-
ções sobre ansiedade, fobia, depressão, transtornos, enfim, o universo da
psicologia a seu alcance.
A partir deste momento, daremos atenção especial à teoria behaviorista em suas duas
vertentes. “Behavior” significa comportamento, portanto, o behaviorismo pauta-se no
estudo do comportamento humano. Consagra o homem como um sistema mecânico,
sofisticado. Investiga o homem como objeto, destacando dos estudos os fenômenos
mentais, sensações, imagens e ideias, e também a introspecção como método (ROB-
BINS, 2005).
Como disse anteriormente, esta teoria divide-se em duas vertentes, sendo que, a
primeira vertente entende o comportamento como algo nato, eliciado, automático, en-
tendendo o comportamento como algo não condicionado, involuntário e que não de-
pende de aprendizado, e a esta vertente chamamos de comportamento respondente
ou reflexivo (ROBBINS, 2005).
Já pela vertente de Skinner, todos os movimentos do organismo têm efeito sobre o
mundo, em outras palavras, ele afirma que as variações do ambiente que nos circun-
dam, interferem de forma direta em nosso comportamento e a esta vertente denomi-
namos de comportamento operante.
Se um comportamento operante é repetidamente seguido de resultados agradáveis
ao aprendizado, o ato tende a ser desempenhado com maior frequência. Está aqui, neste
entendimento, a base do próximo assunto que abordaremos a seguir: a aprendizagem.
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ANOTE ISSO
A visão de Skinner era resumida da seguinte forma: “Nunca ataquei um pro-
blema construindo uma hipótese. Jamais deduzi teoremas, nem os submeti
à verificação experimental. Até onde consigo enxergar, não tenho nenhum
modelo pré-concebido de comportamento e, certamente, nem fisiológico
nem mentalista e, creio, nem conceitual”.
(SKINNER, 1956, p. 227)
A aprendizagem
Já parou pra pensar como diariamente nós repetimos algumas ações e comportamen-
tos e nem nos damos conta sobre como acontecem? Simplesmente fazemos, como se
fosse um piloto automático. Isso acontece porque incorporamos um saber o qual pode-
mos denominar de “aprendizagem”.
Sempre que estamos diante de uma situação conhecida, tendemos a nos comportar
de maneira habitual, sem precisar pensar muito para agir. A aprendizagem trata de um
processo de adaptação constante do indivíduo ao meio ambiente, que gera modifica-
ções no comportamento, na atitude, na emoção ou no critério de avaliação, em função
de experiências passadas.
“Quando as pessoas agem, elas aprendem. A aprendizagem acarreta mudanças
no comportamento de uma pessoa surgidas graças às experiências” (KOTLER, ARMS-
TRONG, 2006, p. 131). Veja que interessante essa afirmação. Os autores propõem exata-
mente o mesmo tipo de aprendizagem que Skinner, pois a ação muda o comportamen-
to do indivíduo a ponto de os resultados se repetirem.
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Historicamente, os comportamentalistas se preocupam muito mais com o tipo de
estímulo a ser fornecido e a intensidade do reforço recebido do que com a particulari-
dade individual de cada sujeito, já para os construtivistas encontramos o sujeito ativo à
ação, motivando-se intrinsecamente ao processo de aprendizagem e daí construindo
então o seu relacionamento (NOGUEIRA, 1998).
De acordo com Karsaklian (2004, p. 81), “a aprendizagem pode ser definida com base
nas mudanças que se operam nas respostas ou tendências comportamentais e que são
os resultados da experiência, independente de toda a tendência inata”, ou seja, não im-
porta o quanto um indivíduo tenha nascido inteligente ou não, o que realmente importa
ou influencia o comportamento do indivíduo é exatamente as experiências vividas.
Aprender vai além de adquirir conhecimentos, requer mudança de hábitos e altera-
ção nos pensamentos, principalmente os automáticos. A aprendizagem é um processo
psicológico que altera as atitudes e por consequência as condutas das pessoas.
Segundo Schiffman e Kanuk (2000), a atitude é uma predisposição aprendida para
se comportar de um modo coerentemente favorável ou desfavorável como relação a um
dado objeto. A crença é o conhecimento cognitivo de um objeto, a atitude é o sentimen-
to efetivo que as pessoas têm em relação aos objetos (MOWEN, MINOR, 2006).
Dentre as diversas correntes teóricas que abordam o processo de aprendizagem,
destaco três teorias: a behaviorista, a cognitiva e a experiencial:
•• A behaviorista ou comportamentalista (B. F. Skinner), que supõe que a aprendiza-
gem é resultado de respostas a eventos externos, como as recompensas verbais
ou outras, assim como as punições. A aprendizagem é uma modificação de um
comportamento como resultado de um condicionamento.
•• A cognitiva, que enfatiza os processos mentais internos, a criatividade e a percep-
ção dos indivíduos, que usam informações do mundo a sua volta para dominar o
ambiente.
•• A experiencial vai além das duas teorias citadas. Ela integra a ação e a reflexão, a
experiência concreta. Ela é um processo de criação de conhecimento pela trans-
formação da experiência.
Schiffman (2006) menciona a influência de outro aspecto: a memória. Esse aspecto psico-
lógico está relacionado às informações e experiências acumuladas pelo indivíduo ao longo
da vida e que podem ser armazenadas em curto (informações temporárias) ou em longo
prazo (informações permanentes), de modo que estejam disponíveis quando necessário.
Os prêmios e castigos devem ser meios muito eficientes para provocar mudança de
atitude, e deve ser possível usá-los para predizer a quantidade de mudança generaliza-
da de atitude que deve ocorrer.
Kotler e Armstrong (1991) conceituam atitude como avaliações
cognitivas e emocionais e tendências consistentes de uma pessoa
em relação a um objeto ou ideia, sejam esses favoráveis ou des-
favoráveis. Também consideram que as empresas devem
procurar ajustar seus produtos a atitudes já existentes em
vez de tentar mudá-las – já que as atitudes dos indiví-
duos são desenvolvidas por meio de um processo de
aprendizagem.
Ufa! Veja como é complexo compreendermos
o ser humano em sua totalidade, não é mesmo?
Mas agora que já temos um conceito prévio e
entendemos como um indivíduo se comporta,
vamos adiante para saborear o desafio de com-
preender o comportamento do indivíduo quando
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está em grupo.
AULA 03
COMPORTAMENTO
EM GRUPO
Antes de iniciar nossas discussões sobre o comportamento em grupo, vou fazer uma
afirmação categórica “O homem é um ser biopsicossocial”. Mas o que isso quer dizer?
Essa baita palavra complicada quer dizer um conceito muito mais simples: como
ser biopsicossocial, o homem é formado e tem suas atitudes e comportamentos por
influencias biológicas, psicológicas e pelo meio em que vive, ou seja, a “síndrome de
Gabriela” (“Eu nasci assim, eu cresci assim, vou ser sempre assim”) não existe nos estu-
dos organizacionais. Assim, o homem não pode viver isoladamente, portanto, é neces-
sário que existam relações entre os indivíduos, e essas relações estabelecidas por meio
de aproximação refletem diretamente na vida dos indivíduos. Mas vamos compreender
porque nos reunimos em grupos sob cada perspectiva. Vamos lá!
O homem, enquanto ser biológico, procurará sempre estar em grupo por dois moti-
vos fundamentais, primeiramente por sobrevivência, ou seja, o Darwinismo (Teoria Evolu-
cionista) propõe que nossos ancestrais hominídeos passaram a viver em grupos para que
conseguissem sobreviver com maior facilidade e, por conseguinte, mais longamente. Um
exemplo que podemos explorar ao falar em reunião de grupos por sobrevivência é o próprio
reino selvagem, onde os animais se reúnem em pequenos grupos para ter maior sucesso
na caça, como é o caso dos leões, assim, atacando seu inimigo (caça) em vários indivíduos
conseguem perseguir e caçar animais maiores, o que resulta em mais alimento para eles.
Outra questão de sobrevivência é a defesa. O exemplo das zebras explica perfeita-
mente como o grupo pode se defender melhor que um indivíduo, pois quando estão
em grupo, confundem seus predadores naturais – o leão, por exemplo. Os elefantes e
rinocerontes também sobrevivem e se auxiliam mutuamente para se defender, bem
como os macacos.
Já o segundo motivo que leva os homens a se reunirem é a necessidade. Precisamos
uns dos outros, pois nos complementamos mutuamente. Ora, para procriar e garan-
tir a sobrevivência da espécie, precisamos que exista uma fecundação e a origem de
uma nova vida, e para garantir que as crias permaneçam vivas enquanto vamos à caça,
precisamos que alguém cuide da cria, não é isso? E temos infinitos exemplos de que
necessitamos uns dos outros. Imagine construir um abrigo sozinho, ou ainda plantar,
regar, colher, produzir utensílios, caçar, pescar, tudo ao mesmo tempo, impossível, não
é mesmo? Então essa é a explicação básica da necessidade biológica de nos reunirmos
em grupo – mas ainda existem outras perspectivas sobre a nossa necessidade de estar
17
em grupos. Vamos adiante!
Na perspectiva psicológica (psique), o homem necessita estabelecer relações que façam
sentido à sua vida, por isso temos a necessidade de estar perto de quem “amamos”: para
que exista uma satisfação em poder compartilhar momentos e dividir preocupações,
alegrias, tristezas, etc. É essa necessidade que faz com que Chuck Noland (interpretado
por Tom Hanks no filme “Náufrago”) crie uma companhia com a bola Wilson.
Além disso, podemos afirmar que nossa psique precisa de incentivos e estímulos
constantes para continuar funcionando. Você pode estar se perguntando: “Mas como
assim, professor?” Simples: já percebeu como você já se flagrou questionando coisas
como por que a colher chama colher? Por que as nuvens são brancas e quando chove
elas ficam cinzas? Como a nuvem consegue montar figuras? E muitas outras questões
que lhe parecem até meio sem nexo. Isso é sua psique lhe forçando a estímulos, pois
precisamos sempre “treinar e fortalecer” nossa capacidade (energia) para pensar e ana-
lisar situações. Além disso, em uma perspectiva psicológica, Le Bon discorre sobre o gru-
po psicológico, onde aponta que:
Mecânica Orgânica
ANOTE ISSO
O conceito de solidariedade social foi introduzido por Émile Durkheim, que
estuda a sociedade industrial do século XIX na tentativa de compreender os
fatores que explicariam a organização social, isto é, compreender o que ga-
rantia a vida em sociedade e uma ligação (maior ou menor) entre os homens.
Você pode perceber, prezado(a) acadêmico(a), que a solidariedade orgânica está mais
coerente com o momento que vivemos atualmente, e principalmente dentro das or-
ganizações, porém, por proporcionar uma maior consciência social do indivíduo, a soli-
dariedade orgânica causa também a facilidade do indivíduo de abandonar as normas
sociais de comportamento. Isso é chamado por Durkheim de anomia.
A anomia é a ideia da falta ou abandono das normas sociais de comportamento. É
uma situação social produzida pelo enfraquecimento dos vínculos sociais e pela perda
da capacidade da sociedade regular o comportamento dos indivíduos. Noutros termos,
a anomia é, para as ciências sociais, a incapacidade da estrutura social em proporcionar
a certas pessoas aquilo de que precisam para superarem as metas e os desafios da so-
ciedade. Por isso, a anomia oferece uma explicação sobre a conduta desviante.
ANOTE ISSO
Veja que a anomia, segundo o conceito de Durkheim, não é uma desobe-
diência à Lei, mas sim um desvio de conduta devido a um aparente colapso
de governabilidade.
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Para Durkheim, a anomia é uma etapa temporária, produto das rápidas transformações
sociais. Essa etapa, para ele, é superada a partir do momento em que grupos de interes-
ses determinam novas regras a fim de regulamentar o que se encontra “desorganizado”
na sociedade (organização), assim como afirmar novas tradições ou refortalecer as já
estabelecidas. Nesse sentido, anomia seria um mal crônico das sociedades modernas,
marcada pelas rápidas transformações sociais, as quais levam a situações de desajustes
sociais causadas pela crise de uma forte consciência coletiva.
Uma das estratégias utilizadas atualmente para que se fortaleça um ambiente orga-
nizacional mais ameno e de clima mais favorável é a liderança participativa, que procura
a participação dos próprios indivíduos nas decisões e nos processos. Você poderá conhe-
cer mais sobre esse tipo de estratégia em um tema mais específico adiante.
Bom, agora que já fizemos uma pequena viagem explorando algumas introduções
sobre o CO, entendemos o comportamento individual e discutimos sobre o comporta-
mento grupal, vamos focar diretamente no Comportamento Organizacional.
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AULA 04
COMPORTAMENTO
ORGANIZACIONAL
Para iniciar nossas discussões mais aprofundadas sobre o comportamento organizacio-
nal (CO), precisamos nos prender aos conceitos apresentados. Para Robbins (2005, p.6):
Ora, veja que ao analisar a definição de Robbins, podemos verificar que o autor se baseia
na compreensão das pessoas enquanto formadoras ativas do comportamento da orga-
nização, assim, propõe que devemos conhecer o comportamento das pessoas para que
consigamos influenciar as pessoas para atingirem níveis de qualidade e produtividade
maior, trazendo melhores resultados à organização.
Chiavenato amplia um pouco essa definição ao defender que:
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Perspectiva intermediária do CO ou nível de grupo: trata do comportamento de
grupos e de equipes na organização. Recebe o nome de comportamento meso-
-organizacional, pois funciona como ligação entre as outras duas perspectivas do
CO. Como características do grupo e das equipes, os processos de comunicação
e tomada de decisão afetam o comportamento e desempenho. Focaliza o com-
portamento das pessoas que trabalham em grupos ou em equipes. A perspectiva
intermediária do CO baseia-se em pesquisas sobre equipes, empowerment, dinâ-
mica grupal e intergrupal. Busca encontrar formas de socialização que incenti-
vam a cooperação entre as pessoas, a melhoria da produtividade em grupo e que
permitem descobrir quais as combinações de aptidões entre membros de uma
equipe permitem que o desempenho do grupo aumente.
Para que você compreenda melhor a diferença entre os níveis do CO e possa compreen-
der com maior assertividade essa questão, transponho uma figura do modelo básico de
Robbins a seguir:
24
Título: Modelo básico de comportamento organizacional detalhado
Fonte: Robbins (2005, p. 24)
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AULA 05
INTRODUÇÃO À
COMUNICAÇÃO
Comunicar-se é a necessidade primordial para conseguir se viver em sociedade, além
disso, como vimos anteriormente, o indivíduo precisa de interação com alguém para
manter sua sanidade mental. Como diria o velho guerreiro Chacrinha, “Quem não se
comunica se trumbica”, e essa não é uma afirmação anedótica como forma de jargão
publicitário, mas sim, uma verdade profunda do mais alto e completo diagnóstico orga-
nizacional. A comunicação é essencial à sobrevivência das empresas e por isso damos
tanta e profunda importância a essa ação.
Porém, comunicar-se não significa simplesmente falar ao outro: é um processo bem
mais completo que isso. De acordo com Matos (2009, p. 27), “a palavra comunicação ori-
gina-se do latim communicare, que significa tornar comum, partilhar, repartir, associar,
trocar opiniões, conferenciar”. Perez e Bairon (2002, p. 14) possuem a mesma visão para
definir comunicação. Para os autores, “a palavra comunicação traz a ideia de comunhão,
significando basicamente comungar, compartilhar, transmitir”, e é nesse sentido que
entendemos o que é comunicação.
Minicucci (2002, p. 280) afirma que para que seja estabelecida a comunicação, é ne-
cessário um contato psicológico. “Não é suficiente que as pessoas com desejo de comu-
nicação se falem, se escutem e ainda se compreendam. É preciso mais. A comunicação
humana só existirá quando, durante todo o tempo houver uma interação, ou seja, que
se relacionem, se reencontrem”.
A comunicação é um fenômeno tão dinâmico e tão presente na vida do homem, que
ousaríamos dizer que ele tem tanta consciência de que se comunica, incessantemente,
quanto tem de que respira. A comunicação varia de acordo com os instrumentos utiliza-
dos para estabelecer o contato entre as partes, pelas pessoas em processo de comuni-
cação e também, pelos objetivos almejados.
A comunicação acontece de diversas formas, ela pode ser verbal, utilizando-se a lin-
guagem oral ou escrita. A comunicação verbal é a mais utilizada e preferida pelas or-
ganizações, pois existe uma regulamentação, existem normas, ou seja, ao escrever este
livro, para me fazer entender, devo seguir as normas cultas da língua, montar palavras e
frases que tenham coerência, tenho que seguir regras e normas.
27
•• Comunicação escrita: envolve a comunicação administrativa (cartas, ofícios, nor-
mas e procedimentos, circulares, etc.), e as publicações (jornais e revistas internos,
folhetos, cartilhas, boletins, etc.),
•• Comunicação oral: envolve, basicamente, toda comunicação verbal (falada) os
discursos e as reuniões dialogais, ou seja, palestras, conferências, painéis, mesas
redondas.
Também podemos nos comunicar de forma a não “verbalizar ou externar de forma
consciente”, quando se faz uso dos gestos, das expressões faciais e posturas nomina-se
de comunicação não verbal. Refere-se à linguagem expressa pelo corpo. Por meio dos
gestos, olhares e expressões faciais comunicamos ao nosso público aquilo que realmen-
te sentimos com relação ao assunto.
Neste momento, você pode estar se questionando porque a ênfase dada quando
afirmamos “externar de forma consciente” ou “aquilo que realmente sentimos”. É por-
que exatamente isso que nosso corpo faz, inconscientemente ele se comunica de forma
a expressar nossos sentimentos naquele momento.
Pierre Weill, psicólogo francês radicado no Brasil, e o professor de comunicação Ro-
land Tompakow, em seu livro “O corpo fala” (1986), apresentam o significado de cada
movimento do corpo. Mesmo que tentamos esconder, a expressão corporal diz ao nosso
interlocutor o que realmente estamos sentindo no transcorrer da comunicação.
A primeira coisa a nos entregar é a expressão facial, pois o olhar e os movimentos
da boca denunciam o pensamento. As expressões cansadas devem ser evitadas pelo
emissor se quiser passar credibilidade. Experimente inspirar longamente e soltar o ar
todo pela boca antes de iniciar um diálogo. Pode ser um bom recurso para suavizar a
expressão.
A atenção nas expressões das pessoas participantes do diálogo nos indica o grau de
compreensão sobre o assunto tratado e o interesse do interlocutor, principalmente em
uma negociação em que o receptor dará os indicativos de quais das estratégias utiliza-
das estão sendo agradáveis a ele.
Outra fonte indicativa é a voz, que precisa ser clara, expressiva e natural. Não falar
nem rápido demais, nem exageradamente devagar. A voz tremida ou falha indica ner-
vosismo. Pode ser apenas um nervosismo pela situação, mas também pode ser com-
preendida como uma incerteza, mentir ou ainda falta de conhecimento.
28
Podemos ainda encontrar outras dicas tais como cuidar da pronúncia, se ela for clara
demonstrará exatidão, o que evita a necessidade de repetição e, consequentemente,
perda de tempo, garantindo um bom entendimento. Lembre-se de respirar. A respira-
ção influencia no timbre de voz. Ao prender a respiração o som emitido é sensual o que
nem sempre é adequado. A respiração ofegante passa ansiedade e pressa em concluir
a conversa, o que tende a deixar o interlocutor em uma situação confusa e até descon-
fortável.
A postura influencia o timbre de voz. Procure sentar-se de forma adequada, ficar ere-
to sem parecer engessado, a cabeça elevada, mas sem exagero, para não parecer arro-
gante. Para facilitar a compreensão, estão elencadas abaixo algumas formas de posturas
e seus significados (WEILL, TOMPAKOW, 1986).
POSTURA SIGNIFICADO
Indicador posicionado na região dos olhos. Concentração e interesse no que está sendo dito.
Punho fechado na altura da boca. Algo do que está sendo dito assusta.
Queixo apoiado na mão fechada e o indicador Algo bloqueia a ação, como se tivesse se contendo.
na boca.
Apesar das descrições do quadro anterior serem advindas de pesquisa, lembre-se que
não se deve fazer dessas informações a única verdade. É necessário avaliar o interlocutor
nas suas características pessoais, seus valores, crenças e hábitos, enfim, todo o contexto
situacional. A energia transmitida na comunicação é muito importante, pois isso dará
um ânimo maior no contato com o receptor.
Um dos grandes desafios que enfrentamos, seja em nossa vida profissional ou pes-
soal, é conseguirmos integrar as duas comunicações com o intuito de se fazer com-
preender da maneira mais assertiva e com o menor nível de distorção possível. Elas es-
tarão sempre sincronizadas na pessoa que comunica.
Porém, pode ocorrer uma dissonância (diferença) entre o verbal e o não verbal. Este
último é o revelador daquilo que o verbal tenta encobrir, pois como já vimos anterior-
mente, a comunicação não verbal transparece aquilo que realmente estamos sentindo.
Em qualquer situação, seja ela profissional ou pessoal, poderemos realizar uma leitu-
ra diferenciada se tivermos o olhar preparado e treinado, pois a comunicação humana
sempre se utiliza das diferentes funções, verbais e não verbais, para se efetivar, e geral-
mente damos muita atenção às questões verbais e deixamos de observar as questões
não verbais. É importante destacar que a observação dos gestos deve acontecer sis-
temicamente e englobar todos os aspectos da comunicação e não apenas um gesto
isolado. Sendo assim, podemos dizer que os gestos e a comunicação não verbal podem
ser utilizadas para estabelecer relações e confirmações sobre a veracidade daquilo que
29
está sendo dito verbalmente.
Percebam o quanto é importante saber se comunicar de modo que o verbal e o não
verbal combinem e transmitam a mensagem de forma coerente e consistente para o
receptor.
Até aqui falamos da comunicação sob o ponto de vista das pessoas de forma indi-
vidual e informal. Considerando que as pessoas se constituem em grupos de trabalho
dentro das organizações, a partir daqui vamos nos ater à comunicação organizacional.
De acordo com Tavares (2010, p. 12), “a comunicação sempre existiu e existirá na his-
tória das organizações. Obviamente, o que irá diferenciá-la á a sua Evolução”. Na década
de 1970, a comunicação existia nas organizações de forma agregada. Havia a comuni-
cação, porém, sem um conceito integrado. Eram poucas as empresas que tinham um
departamento de comunicação constituído e que planejavam a comunicação de forma
mais estratégica. Para se ter uma ideia, foi nessa mesma época que começaram a surgir
os primeiros cursos de graduação em comunicação no Brasil. Não havia profissionais
em número suficiente para atender as demandas das empresas. Além do mais, para a
maioria das organizações, a comunicação ainda era vista como despesa, e não investi-
mento. Assim, podemos entender que comunicação empresarial é a comunicação exis-
tente entre a organização e seus públicos de interesse. É representada pela comunica-
ção interna, pela comunicação institucional e pela comunicação de marketing. Pimenta
(2002, p. 99) conceitua a comunicação empresarial da seguinte forma:
ORDENADA DESORDENADA
Organizações que valorizam a importância Organizações que utilizam de forma intuitiva a co-
da comunicação como um todo e fazem seu municação, sem o planejamento, baseando-se no
uso de forma planejada. “achismo”.
A comunicação é certamente um dos bens mais valiosos que uma empresa ou orga-
nização possui. Fazer uso dela de forma estratégica é algo que poucas organizações
30
conseguem fazer. Esse bem precisa ser muito bem cuidado, pois em muitos casos o su-
cesso ou insucesso de um determinado negócio pode ser de responsabilidade de uma
boa ou má aplicação da comunicação. De acordo com Martiniano (2007, p. 156), “A má
comunicação traz desgastes nas relações, agressões verbais, perda de tempo com retra-
balho, mal entendidos, suscetibilidades afetadas, perda de motivação, estresse. Liderar
e comunicar, para atingir os objetivos da empresa”.
No mundo globalizado dos negócios, não basta que as empresas ofereçam bons pro-
dutos ou serviços com preços convidativos. Não basta que as empresas possuam estru-
turas atrativas. E necessário informar, mostrar, tornar público, ser conhecido. De acordo
com Perez e Bairon (2002, p. 33):
Notoriamente, cada vez mais entende-se que a comunicação empresarial é muito im-
portante para os negócios. A comunicação organizacional e fator de lucro e, em alguns
casos, de diferencial competitivo. Seu objetivo e repassar informações, criar e desenvol-
ver relacionamentos, informar clientes internos e clientes externos e, de modo geral, in-
tegrar todos aos mais diversos processos que a empresa vive diariamente em seu ramo
de atuação. A sua importância no âmbito empresarial se dá porque a comunicação tem
o poder de integrar, aproximar, informar e conscientizar. De acordo com Kunsch (2009,
p. 113), “a importância da comunicação dentro das empresas pode contribuir significa-
tivamente em todas as áreas, inclusive, para a área financeira”. Vejamos, por exemplo, o
exemplo de uma empresa que resolve investir em comunicação interna para motivar
seus colaboradores, usando apenas um jornalzinho (press release) destacando seus fei-
tos. É sabido que colaboradores mais felizes rendem mais, certo? Com certeza! E, uma
vez rendendo mais, certamente a empresa terá mais lucro.
Essa, apesar de não ser novidade, além de ser uma estratégia de endomarketing
interessante, e uma forma pratica e simples em termos de instrumentos gerenciais que
as empresas têm em mãos para serem explorados a seu favor. Para o uso de relaciona-
mento com o público interno, clientes, parceiros e fornecedores, a importância da co-
municação também se configura como uma arma gerencial bem interessante. Por ser
uma forma prática, o canal de relacionamento que a comunicação proporciona e bem
variável. Assim, além de se tornar interativa, ela se torna constante e atualizada.
Com isso, todos os stakeholders (pessoa ou grupo que fez um investimento ou tem
ações ou interesse em uma empresa, negócio ou indústria) ficam conectados sobre as
ações que a empresa coloca em prática. Essas ações podem ser realizadas por mailing,
website, callcenter, jornais, revistas, além, é claro, pelas mídias sociais. Uma relação mais
profunda mediada por uma comunicação eficiente gera confiabilidade para ambos os
lados envolvidos em uma negociação, e isso possibilita a realização de novos negócios,
algo que é muito vantajoso para as empresas.
A utilização da comunicação também pode ser feita por meio da assessoria de im-
prensa, e agora de forma mais atual por meio das mídias sociais. A interação que as
empresas têm por meio da comunicação via redes sociais com o público é algo inimagi-
nável até pouco tempo. Empresas que fazem uso das redes sociais transmitem melhor
sua imagem e demonstram preocupação com a opinião de seu público.
31
AULA 06
COMUNICAÇÃO
INTERNA
Estudos recentes realizados pelas organizações de consultoria Watson Wyatt verifica-
ram que as organizações com programas mais eficazes de comunicação têm dado aos
acionistas um retorno de 91%, em comparação a um retorno de 62% para organizações
que se comunicaram de uma forma menos eficiente. Além disso, uma melhora signi-
ficativa na eficácia da comunicação está associada a um aumento de 16% no valor de
mercado. O mesmo estudo concluiu que “a questão central é que a comunicação com
os funcionários não é mais uma função ‘não essencial’, mas uma função comercial que
impulsiona o desempenho e o sucesso financeiro de uma empresa” (ARGENTI, 2011, p.
39). A comunicação interna existe para aproximar e criar relacionamentos dentro de
uma organização, funcionando como elo e interação entre departamentos e/ou funcio-
nários para que uma notícia ou informação circule pela empresa de maneira vertical ou
horizontal.
Em alguns casos, a comunicação interna é vista como uma prática de endomarke-
ting utilizada para aproximar donos e funcionários e integrá-los sob uma mesma ótica
de estratégia na qual a empresa está inserida. Em uma empresa, as notícias e informa-
ções (mensagens) seguem diferentes caminhos e são transmitidas por diferentes ca-
nais, variando conforme o tamanho da organização, cultura de comunicação e também
de acordo com o público. Em uma organização, existem colaboradores de diferentes
níveis de escolaridade e que atuam nos mais variados setores que uma empresa pode
possuir. Assim, o veículo ou canal de comunicação interna deve ser criteriosamente es-
colhido para que atinja o seu maior objetivo, que é levar a informação.
Durante muitos anos, o conceito de comunicação interna foi visto como apenas um
tipo de comunicação voltado ao público interno (diretoria, gerentes, funcionários) no
sentido de informar e integrar esse público aos objetivos da organização, sendo aplicado
como um mantra, com o objetivo de que todos tivessem a mesma resposta na ponta da
língua, por exemplo, qual é a missão, visão e valores da organização? O indivíduo deveria
saber recitar palavra por palavra, mesmo que não entendesse o que aquilo queria dizer.
Atualmente, as organizações enxergam a comunicação interna com maior ênfase para a
questão formativa – ou seja, de que maneira as pessoas nos seus processos comunicacio-
33
nais constroem a realidade organizacional – e como essa experiência possibilita que as
pessoas se vejam como tais e encontrem sentido em sua atuação dentro do negócio da
organização. Para Marchiori (2008, p. 213), “a comunicação interna oportuniza a troca de
informações via comunicação, contribuindo para a construção do conhecimento, o qual
é expresso nas atitudes das pessoas”, ou seja, a comunicação interna não pode ser sim-
plesmente uma via de informação, mas também uma oportunidade de construção de
conhecimento e de desenvolvimento dos indivíduos na melhoria e busca por melhores
resultados. Já o conceito de comunicação interna de Borman (1983, p. 100) é entendido
como “o processo social humano pelo qual pessoas criam, desenvolvem e sustentam a
consciência grupal, compartilhada e simbólica. A comunicação instrumentalizada cede
espaço para a construção de significados nas organizações”. Veja que ambos os autores
sustentam a identificação da comunicação como ferramenta integradora, construtora e
transmissora não só de valores, mas de conhecimentos.
A comunicação interna pode ser trabalhada nas organizações de diversas maneiras.
Robbins, por exemplo, apresenta a disseminação e comunicação por meio de redes for-
mais de comunicação que podem ser muito complexas. Elas podem incluir um número
variado de pessoas de diferentes níveis hierárquicos. Condensando as redes em pequenos
grupos de cinco pessoas cada, em três tipos comuns, teremos a seguinte configuração:
O tipo Cadeia segue rigidamente a cadeia formal de comando. Esse tipo é encontrado em
organizações de três níveis rígidos. É o indicado quando o mais importante é a precisão.
O tipo Roda depende de uma figura central para atuar como conduto de toda co-
municação do grupo. Por exemplo, facilita a emergência de um líder.
A rede de Todo o canal permite que todos os membros do grupo se comuniquem
ativamente uns com os outros. Faz parte das equipes autogerenciadas, em que todos os
membros do grupo têm liberdade para contribuir e ninguém tem o papel de líder. É a
melhor para a satisfação dos membros.
A eficácia de cada rede depende da variável com a qual estamos preocupados. Com
essas constatações, você pode perceber que nenhuma delas isoladamente é a melhor
para todas as ocasiões.
A implantação de plataformas digitais nas organizações, dentro dos novos para-
digmas oferecidos pela estruturação de redes e das novas tecnologias, trouxe grandes
transformações na gestão da comunicação (YANAZE, 2011). Dentro dos contextos das
organizações, é possível notar primeiro o crescimento exponencial de produtos e servi-
ços digitais que são oferecidos a um público também exponencialmente crescente de
conectados. Diante desse cenário, é importante observar que o impacto das tecnologias
digitais no contexto das organizações está na comunicação que, em rede, deixa de ser
essencialmente informativa e se fortalece como estratégia de relacionamento. Para Ya-
34
naze (2011, p. 477):
a interatividade se torna o pressuposto essencial para estabelecer uma
comunicação relacional com os conectados, que por sua vez, não são
mais reconhecidos como massa ou público, mas como comunidades
e coletividades conectadas e protagonistas da própria comunicação.
O ambiente digital, também chamado de ambiente 2.0, basicamente precisa estar inte-
grado com as várias áreas da empresa. Só assim será possível utilizar a comunicação de
forma estratégica e fazer com que ela traga resultados, conforme enfatiza Saad (2009,
p. 332):
Nesse sentido de conectividade, a comunicação, que outrora era feita por canais mais
comuns, hoje também passa a ser digital e tem nas novas mídias digitais uma forma ins-
titucional de se transformar. Hoje, registra-se o emprego de tecnologias interativas para
otimização da comunicação digital, seja ela de forma interna ou externa. As plataformas
digitais também ganham cada vez mais espaço de utilização dentro das organizações.
A tecnologia da computação vem aprimorando e enriquecendo a comunicação nas
organizações. Estamos nos utilizando desta evolução da tecnologia para transmitir as
informações relativas à disciplina para você. Isso inclui o correio eletrônico (e-mail), redes
intranet e extranet e videoconferência. A economia de tempo e papel é facilmente per-
cebida por todos os integrantes da organização e seus clientes.
•• E-mail: utiliza a internet para transmitir e receber textos e documentos gerados em
seu computador. O correio eletrônico é uma forma de enviar mensagens informais,
e vem sendo utilizado com grande frequência, inclusive para fazer negócios infor-
mais, e mesmo sendo um formulário de remetente e destinatário, seu conteúdo não
passa de um bilhete eletrônico, porém, admitindo-se que possa se tornar uma carta
eletrônica, se usada profissionalmente (ROBBINS, 2005). Com a crescente impor-
tância da Internet, vários países vêm mudando sua legislação, para tornar o e-mail
formal, dando-lhe caráter de contrato. No Brasil, a doutrina já tomou esse rumo, a
jurisprudência vem, cada vez mais, aceitando tais documentos como prova nos pro-
cessos. Logo teremos uma legislação específica sobre o assunto.
•• Mensagens instantâneas: A mensagem instantânea nada mais é do que um
e-mail em tempo real. Os funcionários fazem uma lista dos colegas e amigos que
querem se comunicar. Depois é só clicar um nome, digitar uma mensagem na
caixa que se abre, e ela irá aparecer imediatamente na tela do computador do
destinatário. Esse tipo de mensagem é ideal para textos curtos, que só iria se acu-
mular em uma caixa postal lotada. Por outro lado, algumas organizações consi-
deram que esta tecnologia é intrusiva e desvia a atenção do trabalho. A presença
contínua da mensagem na tela distrai a atenção e dificulta a concentração dos
funcionários no trabalho. O uso das mensagens instantâneas para fins não orga-
nizacionais, também é fonte de preocupação, bem como sua vulnerabilidade traz
uma preocupação com a segurança.
•• Redes intranets: são redes privadas, internas, que funcionam da mesma forma
que a Internet, mas cujo acesso é limitado às pessoas da organização. O termo
Intranet ainda não tem muito tempo de existência e de acordo com Benet (1997),
35
esse termo começou a ser usado em meados de 1995 por fornecedores de pro-
dutos de rede para se referirem ao uso dentro das empresas privadas de tecnolo-
gias projetadas, para a comunicação por computador entre empresas. Observa-se,
então, que a Intranet começa a ganhar adeptos mais rapidamente que sua irmã
mais velha, a Internet, sendo seus usuários especiais: as Corporações. O propósito
final da Intranet, conforme Zimmerman et al. (1997, p. 19) é encorajar e facilitar a
comunicação entre funcionários de forma que eles possam empreender mais ra-
pidamente seu trabalho essencial. O uso apropriado da Intranet pode simplificar
muitos processos do trabalho e melhorar os bens e serviços produzidos.
•• Redes extranets: refere-se a uma intranet que permite o acesso parcial a usuá-
rios externos autorizados, enquanto a intranet é acessível somente a pessoas que
são membros de uma mesma empresa ou organização e estão conectadas à rede
interna. Uma extranet fornece vários níveis de acesso a usuários externos. Tem-se
acesso a uma extranet mediante a utilização de um nome de usuário e uma senha.
A identificação do usuário normalmente especifica quais áreas da extranet serão
visíveis. As extranets estão se tornando muito populares para a troca de informa-
ções entre parceiros de negócios, principalmente em sistemas de automação de
canal de vendas.
•• Videoconferência: É uma extensão do sistema Intranet e Extranet. Uma video-
conferência consiste em uma discussão em grupo ou pessoa a pessoa na qual
os participantes estão em locais diferentes, mas podem ver e ouvir uns aos ou-
tros como se estivessem reunidos em um único local. Os sistemas interpessoais
de videoconferência possibilitam a comunicação em tempo real entre grupos de
pessoas, independentemente de suas localizações geográficas, em áudio e vídeo
simultaneamente. Esses sistemas permitem que se trabalhe de forma coopera-
tiva, compartilhando informações e materiais de trabalho sem a necessidade de
locomoção geográfica. A maioria das videoconferências atuais envolve o uso de
uma sala em cada localidade geográfica, dotada de uma videocâmara especial e
facilidades para apresentação de documentos.
Ao finalizarmos este tópico sobre as comunicações internas, deixaremos explícito que
toda comunicação deve ser priorizada de modo que exista a compreensão de todos os
fatores influenciadores (ambiente externo, pessoal, situacional, etc.), pois a comunicação
é feita por e através de todos esses fatores. Não podemos levar em consideração apenas
um ou outro, mas sim, o conjunto como um todo.
36
AULA 07
COMUNICAÇÃO
EXTERNA
A comunicação externa nas organizações pressupõe uma vontade desta em se mostrar
à sociedade ou à comunidade, porém, conforme veremos mais adiante, essa “vontade”
é inerente, é inconsciente, pois não existe organização sem que ela tenha interações
sociais. Lembra-se de quando falamos que o ser humano tem necessidade física e bio-
lógica de interação? Pois é, a organização como um organismo vivo também tem as
mesmas necessidades. Então, vamos saber mais sobre a comunicação externa?
Transmitir ideias, mensagens, informações e dados de maneira correta e adequa-
da é um dos fatores mais importantes que cooperam para o sucesso de uma empresa
ou organização. Isso só é alcançado quando a comunicação empresarial é bem realiza-
da. Como todos sabem, a comunicação empresarial ocorre de diversas formas, seja por
meio de e-mail (escrita) ou de atendimento telefônico (falada). Não importa o grau de
importância, a comunicação empresarial precisa ser assertiva, ou seja, eficiente e eficaz.
De acordo com Pimenta (2002, p. 96), “com o acirramento da competição entre as
empresas, aumentou a busca de eficiência e de eficácia em todas as suas áreas, espe-
cialmente na forma de se comunicar”. Vale lembrar que um sistema ou metodologia de
comunicação adequados contribui para a eficiência e eficácia como um todo. Comu-
nicar-se bem não é apenas transmitir com êxito a informação, mas sim saber se ela foi
compreendida pelo receptor.
Na verdade, em grande parte das organizações, as ações, estratégias e planos de
comunicação estão respaldados em alguns pressupostos, nem sempre amplos ou ade-
quados, que dependem mais do insight ou do feeling de seus executivos do que de um
esforço real para sistematizar conceitos e processos, consolidar posturas e projetar cami-
nhos para o futuro (BUENO, 2009).
Assim, cada dia torna-se mais difícil encontrar exemplos de políticas de comunica-
ção empresarial escritas, documentadas, que sirvam de referências e que estejam efe-
tivamente funcionando, e não estão apenas nas cabeças dos executivos, por exemplo.
38
De acordo com Bueno (2009), “a política de comunicação expressa mais do que uma
simples intenção, ela tem a ver com o compromisso que a organização assume no sen-
tido de promover o melhor relacionamento possível com os seus stakeholders” (BUENO,
2009, p. 310).
A política de comunicação distingue-se do plano de comunicação porque este as-
sume sempre uma característica pratica, operacional, explicitando objetivos e metas a
serem cumpridos num determinado período (BUENO, 2009). Em suma, o plano de co-
municação é norteado pela política de comunicação, que se preocupa com ações que
visam o cumprimento de determinados objetivos, como por exemplo aumentar a visibi-
lidade da empresa na mídia.
O que comunicar, de que maneira, como, quando e que mensagem transmitir são
questionamentos que, sem dúvida, passam pela política de comunicação de uma em-
presa, e isso está atrelado à cultura política que rege o negócio desta empresa. Toda
empresa tem uma imagem a zelar e, nesse contexto, toda política de comunicação ins-
titucional possui um roteiro básico a ser seguido, que foi construído em cima de uma
metodologia política de comunicação.
Em suma, uma moderna política de comunicação, voltada para um foco de gestão
que entregue resultados, deve incorporar propostas de diversidade cultural, de responsa-
bilidade social em sua plenitude. Deve-se descartar as tentativas cosméticas de limpeza
de imagem, como fazem algumas empresas do setor agroquímico, biotecnologia, saúde,
tabagista e de armas, que assumem de forma definitiva a comunicação como estratégica.
Veja que na imagem fica claro a falta de alinhamento entre comunicação e realidade,
por isso ao pensarmos na comunicação externa da organização devemos nos prender
ao que realmente a organização tenha a oferecer.
ANOTE ISSO
Só se atinge a eficácia na comunicação organizacional com muito trabalho
e dedicação. A ética, transparência e a verdade devem ser sempre os princí-
pios balizadores dos gestores de comunicação que atuam nas organizações.
Veja que isso não é uma argumentação para expor a organização. Não, Jamais! Até por-
que toda organização tem seus pontos positivos e negativos. O pleito aqui é fomentar
sempre aquilo que melhor define a organização e como esse ponto pode ser aproveita-
39
do no sentido de comunicar-se com a comunidade. Vamos a um exemplo para clarificar:
“Você deve conhecer a história de Robin Hood, um conto inglês que enaltece o herói
que retirava os pertences da nobreza e os distribuía entre a população mais carente,
que vivia em uma pequena comunidade na floresta de Sherwood, era hábil com arco e
flecha e prezava pela liberdade, vida ao ar livre e tinha um espírito aventureiro.” (o autor)
Veja na passagem anterior que houve toda uma construção de comunicação em
que, apesar de existirem propriedades negativas, a descrição eleva as propriedades po-
sitivas, transmutando a visão da realidade. Veja, farei a mesma descrição, porém sem a
preocupação de construção de uma comunicação de imagem da organização.
“Você deve conhecer a história de Robin Hood, um conto inglês, que exalta um ladrão
que roubava os pertences de viajantes e os dividia com seu bando que vivia na floresta
de Sherwood, utilizava o arco e flecha como arma, desprezando a estrutura familiar, vivia
sem endereço definitivo e tinha uma vida sem responsabilidades.” (o autor)
Atente-se que as descrições são exatamente sobre a mesma pessoa e mostra intei-
ramente as mesmas características, porém, a imagem que transmite para aqueles que
a ouvem é totalmente diferente, diria até que seriam imagens contraditórias. Apesar de
nenhuma delas dizer “mentiras” sobre a história, a construção da comunicação e a esco-
lha das palavras corretas fazem toda a diferença.
Em tempo, enfatizo que não é minha intenção articular estratégias de camuflagem
da realidade, mas sim salientar a importância de se comunicar de forma assertiva e efi-
caz com a comunidade. É muito fácil você conseguir identificar os pontos fortes e fracos
de qualquer organização quando se está dentro dela, mas imagine que as pessoas (so-
ciedade ou comunidade externa) não acompanham os processos da organização, não
estão convivendo dia a dia na organização, portanto, é preciso que essa comunicação
consiga ser transparente, verdadeira, assertiva, planejada e eficaz.
ANOTE ISSO
Imagem: é o que passa na cabeça das pessoas, em sua
mente, seu imaginário.
Identidade: é o que a organização é, faz e diz.
O ambiente digital, também chamado de ambiente 2.0, basicamente precisa estar inte-
grado com as várias áreas da empresa. Só assim será possível utilizar a comunicação de for-
40
ma estratégica e fazer com que ela traga resultados, conforme enfatiza Saad (2009, p. 332):
A atividade de comunicação digital nos ambientes corporativos exige
a integração e ações coordenadas de áreas como tecnologia da in-
formação, desenvolvimento e treinamento de pessoas, os diferentes
negócios em seus níveis operacionais, além da própria comunicação
corporativa. Um grupo integrado que devera constantemente dialogar
com designers, sistemas de agregação e indexação de conteúdo, for-
necedores de fluxos informativos, entre outros.
Nesse sentido de conectividade, a comunicação, que outrora era feita por canais mais
comuns, hoje também passa a ser digital e tem nas novas mídias digitais uma forma ins-
titucional de se transformar. Hoje, registra-se o emprego de tecnologias interativas para
otimização da comunicação digital, seja ela de forma interna ou externa. As plataformas
digitais também ganham cada vez mais espaço de utilização dentro das organizações.
Yanaze (2011, p. 480) ressalta que:
Mas quais são as novas mídias institucionais que auxiliam as organizações na propaga-
ção da informação por meio da comunicação digital? Mídias institucionais tratam dos
meios de comunicação estruturados de forma diversificada para a comunicação insti-
tucional interna ou externa de uma empresa. No meio digital, podem ser consideradas
mídias institucionais internas:
•• Portais de intranet (contêm informações corporativas e conteúdo de interesse geral).
•• Call center (atendimento geral).
•• Banners.
•• Links patrocinados.
•• Correio eletrônico.
•• Jornais.
•• Newsletter.
Mídias externas são usadas de forma mais ampla e visam atingir um público com maior
eficiência, ou seja, os stakeholders da organização. No ciberespaço, como aponta Levy
(1999), há a possibilidade de se construir relacionamento e interagir institucionalmente
por meio de:
•• Portais.
•• Sites.
•• Blogs.
•• Redes Sociais.
•• Aplicativos.
•• Jogos.
41
Esses e outros canais não mencionados são apenas alguns dos modelos a serem usados
e exemplificados como mídias para uso com fins comerciais e institucionais de informa-
ção e interação de empresas com seu público. Porém, caberá a cada gestor compreen-
der o segmento de negócio, o perfil de cliente e a forma estratégica, e a então fazer a
escolha certa da mídia para atingir os objetivos pré-estabelecidos pela organização.
As redes sociais, a exemplo de Facebook, Snapchat, Periscope, Instagram, Twitter e
YouTube, são exemplos de plataformas digitais aptas à constituição de interação entre
usuários com interesses comuns ou convergentes nos mais variados campos (MARTI-
NUZZO, 2013). É importante observar que esses meios de comunicação guardam pecu-
liaridades cruciais para a comunicação organizacional.
São participativos, o que implica uma forma comunicacional dialógica, como por
exemplo o eco de postagens em redes sociais nas mídias impressas e televisivas. As mí-
dias digitais estão no centro de uma revolução nos processos comunicacionais contem-
porâneos. Tantos as novas mídias digitais internas quanto externas têm como objetivo
levar informação. Podemos dizer que o objetivo maior e criar uma base, ainda que seja
mínima, para relacionar-se com os stakeholders. As mídias representam uma ferramen-
ta aliada para as organizações. Seu uso eficaz e eficiente pode trazer grandes benefícios
para uma empresa, além, é claro, de visibilidade para a organização em termos de mer-
cado, frente aos concorrentes, e também um diferencial estratégico.
42
AULA 08
GESTÃO DA
COMUNICAÇÃO
Para o gerenciamento da imagem no âmbito da comunicação interna, as organizações
perceberam que para o bom desempenho de sua imagem com o público, de maneira
geral, desenvolver projetos sociais, programas de relacionamento com colaboradores e
público interno e criar planos de relacionamento de crise são soluções que podem apre-
sentar um grande diferencial frente à concorrência. Ou seja, ações como essas demons-
tram a preocupação que a organização possui com o meio social no qual está inserida.
Em síntese, seja interna ou externamente, gerenciar e/ou administrar uma imagem
não é algo tão simples quanto parece. Tal atividade requer das organizações esforço e
comprometimento para se atingir os objetivos que são estabelecidos. Mais do que trans-
parecer uma imagem na mente do consumidor, essa imagem deve responder a todas
as expectativas que os stakeholders buscam. Mais do que uma imagem, as empresas e
organizações têm uma reputação a zelar. A imagem que uma organização tem perante
seu público pode determinar seu fracasso ou sucesso. Portanto, cuidar da imagem é
mais do que uma necessidade – é uma obrigação!
Buscar uma comunicação eficiente e eficaz é, sem sombra de dúvidas, o desejo de to-
das as organizações no mundo corporativo, pois os resultados que uma comunicação bem
administrada pode trazer são inúmeros. Por isso, as empresas estão cada vez mais atentas
sobre qual caminho seguir quando o assunto é comunicação empresarial moderna.
De acordo com Martiniano (2007, p. 156):
Para se ter uma ideia de como a EMBRAPA potencializa sua comunicação, basta lem-
brar o quanto a instituição leva a sério essa área tão importante, conforme afirma Bueno
(2009):
ANOTE ISSO
A comunicação interna, além de outros objetivos, tem como foco potenciali-
zar e melhorar a qualidade das informações. Essa melhora de qualidade na
comunicação resulta em um melhor desempenho dos colaboradores frente
às suas atividades. Para saber mais, acesse o link disponível em:
<http://www.infonet.com.br/educacao/ler.asp?id=115204&titulo=especial>.
É valido lembrar que a comunicação é uma ferramenta que nunca pode ficar parada
e engessada. Ela deve acompanhar a evolução que a sociedade está vivendo, seja por
meio de uma mídia social ou simples jornalzinho interno. E lembre-se: se não estiver
45
preparado(a), não faça!
Usar uma ferramenta como uma rede social, por exemplo, simplesmente para dizer
que a empresa tem um canal de relacionamento com o cliente diferenciado, sem que
a organização esteja totalmente pronta - isso inclui da produção até o cafezinho que é
servido - pode potencializar a propaganda contra a empresa. Por isso, é muito importante
que a cultura de comunicação seja difundida entre todos os setores, profissionais e áreas
da empresa. É necessário que todos os envolvidos no processo saibam para onde a em-
presa está caminhando. Quando todos sabem que direção tomar, fica muito mais fácil
desempenhar as tarefas. Sempre que possível, reavalie, altere, modifique e submeta os
planejamentos de comunicação e sua potencialização a análises que mostrem os resul-
tados obtidos até então. Resultados são as métricas que norteiam o bom funcionamento
de toda organização. Como diriam os mais antigos, é pelo fruto que se conhece a árvore.
Destacamos que foi entre os anos de 1970 e 80 que a comunicação assumiu seu lugar
de ferramenta estratégica dentro das empresas. Nesse mesmo período, as várias áreas
que possuíam ligação com a comunicação passaram a ser reconhecidas e a ganhar re-
conhecimento no mercado. Hoje, sabemos que a visão de comunicação e a forma de se
comunicar evoluíram. Juntamente com essa evolução, a maneira como as empresas en-
xergam a comunicação também teve mudanças e progressos, que consequentemente
influenciaram a visão e a maneira de pensar como se comunicar dos profissionais que
estão inseridos nessa área. Mas isso nem sempre foi assim.
De acordo com Neves (2015), durante muito tempo, a comunicação empresarial clás-
sica se segmentou em três conjuntos de esforços:
I. Comunicação de Marketing, para cuidar da marca, dos produtos e serviços e basi-
camente voltada para clientes e consumidores.
II. Comunicação Institucional, que tratava da empresa e se dirigia principalmente
para formadores de opiniao e a opiniao publica em geral.
III. Comunicação Interna, voltada para o público interno (funcionários e familiares).
Hoje, caro(a) aluno(a), para se promover um produto, serviço ou ideia, é necessário ter o
domínio da comunicação de maneira integrada. Não basta mais ter um bom produto,
fazer uma boa campanha publicitaria ou ações de marketing diferenciadas para se atin-
gir um público alvo sem que haja a integração de todas as áreas de uma organização
com relação a comunicação. De acordo com Luppeti (2007, p. 69), a comunicação inte-
grada empresarial pode ser entendida como “o processo de desenvolvimento e de im-
plementação de várias formas de programas de comunicação persuasivos com clientes
existentes e potenciais no decorrer do tempo”. Neves (2015, p. 87) define a comunicação
integrada como um:
Assim, a comunicação integrada tem sido utilizada para descrever a combinação das
atividades que envolvem a propaganda, as ações de marketing e a atividade dos rela-
ções públicas das organizações. Para muitos autores e estudiosos do assunto, a propa-
ganda e considerada umas das grandes responsáveis pela evolução da comunicação
para a comunicação integrada. Nesse contexto, entende-se que o objetivo da CIM é in-
fluenciar ou afetar diretamente o comportamento do público-alvo das comunicações
(LUPETTI, 2007).
Para Shima (2002, p. 40): “a comunicação integrada considera todas as fontes de marca
ou contatos da empresa que um cliente ou prospecto tem com o produto ou serviço
como um canal potencial para divulgação de mensagens futuras”. Para o autor, a CIM
faz uso de todas as formas de comunicação que serão relevantes para os clientes atuais
e potenciais, e as quais eles devem ser receptivos. Em resumo, o processo da comuni-
cação empresarial integrada se une a todo o processo comunicativo da empresa, como
por exemplo a comunicação administrativa, comunicação interna e a comunicação
mercadológica. O objetivo desse alinhamento resulta em determinar e definir as formas
e métodos por meio dos quais programas de comunicação persuasivos podem ser de-
senvolvidos, cujo foco é atingir o cliente (SHIMP, 2002, p. 40).
47
AULA 09
INTRODUÇÃO
À LIDERANÇA
Liderar é influenciar um determinado grupo a atingir sua meta. O líder tem a tarefa de
dirigir e coordenar as iniciativas grupais, retratando a satisfação de cada membro. Você
já deve ter ouvido falar sobre liderança na vida acadêmica, ou mesmo na organização
na qual trabalha, por vezes confundindo o chefe com o líder. Isso porque o líder não é
exclusivamente aquele que está “à frente” de um grupo.
A palavra “liderança”, oriunda da língua inglesa, tornou-se corrente na linguagem
industrial moderna. Muitos a desejam, principalmente os dirigentes que as veem como
uma ferramenta fundamental para o desenvolvimento, treinamento e manutenção de
uma capacitada equipe de trabalho, no espaço de tempo tornou-se um instrumento
poderoso para inspirar pessoas a atingirem ótimos resultados.
Anos atrás, falar em equipe era raro, elas existiam – aliás, equipe sempre existiu! –
mas a importância dada a esse papel era mínima. As que existiam eram convencionais,
composta de pessoas orientadas para exercer a função de mando. Todas as organiza-
ções têm equipes, e existem em muitos formatos, e cada uma possui seu próprio poten-
cial que se desmorona com a incapacidade de gestão.
As pessoas têm sido uma unidade importante de realidade organizacional desde
que existem as organizações, iniciada no século XVIII, na Revolução Industrial. Come-
çou-se então a analisar se as organizações eram comporta por grupo de trabalho ou
equipes, no qual ambos eram pessoas fazendo algo juntas. O algo que uma equipe faz
não é o que a torna uma equipe, é o juntos que interessa.
Um conceito muito expressivo de liderança foi o Japão, que após a II Guerra estava
sem infraestrutura, mas havia pessoas determinadas, com disposição social para traba-
lhar juntas e com visão e discernimento para traçar estratégias e praticá-las. Atualmente
o Japão é considerado o país da melhoria continua nos processos devido ao engajamen-
to das pessoas com suas atribuições. Todas as ideias, por mais simples que se apresen-
49
tassem, tinham relevância de análise. Todos participavam.
ANOTE ISSO
O maior desafio das empresas atualmente é conquistar o engajamento dos
seus colaboradores, ou seja, fazer com eles se comprometam com os obje-
tivos organizacionais.
Liderar, como visto anteriormente, não é apenas mandar o outro realizar. Chiavenato
(2014) nos aponta que “liderança é a influência interpessoal exercida numa situação e
dirigida por meio do processo da comunicação humana à consecução de um ou de
diversos objetos específicos” (Chiavenato, 2014, p. 201). A liderança é encarada como um
fenômeno social e que ocorre exclusivamente em grupos sociais. Ela deve ser considera-
da em função dos relacionamentos que existem entre as pessoas em uma determinada
estrutura social, e não pelo exame de uma série de traços individuais.
Líderes são pessoas comuns que aprendem habilidades comuns, mas que no seu con-
junto formam uma pessoa incomum (BERGAMINI, 2013). O exercício efetivo da liderança
pouco ou nada tem a ver com o domínio de habilidades raras, as habilidades de liderança
podem ser aprendidas através de ensinamentos e da experiência de vida (VARGAS, 2014).
É necessário que os líderes adotem a perspectiva de conhecer, ouvir e prestar aten-
ção à opinião e à experiência dos outros, sendo importante ampliar os horizontes men-
tais participando, lendo e conversando não só assuntos diretamente relacionados ao
trabalho, mas também outros temas que despertam a curiosidade do indivíduo. É preci-
so, ainda, saber avaliar a própria experiência para retirar dela ensinamentos tão ou mais
preciosos do que os aprendidos nos textos e na experiência alheia. A habilidade de lide-
rança se desenvolve na medida em que o dirigente permite que novas ideias penetrem
e amadureçam em sua mente.
É importante ressaltar que liderar e chefiar são coisas completamente diferentes:
enquanto chefiar está atrelado ao atingimento de objetivos por meio de ferramentas
com base racional, ou seja, utilizam as ferramentas organizacionais que afetam o indi-
víduo pela lógica, como por exemplo, uma advertência, a insegurança do desemprego,
50
etc., um líder tem como seu maior aliado a base emocional do indivíduo, filiando as
pessoas ao seu objetivo, utilizando-se das emoções e sentimentos de comunhão entre
os indivíduos, atingindo um nível profundo de interação com os liderados. O quadro a
seguir apresenta um resumo das diferenças entre o verdadeiro líder e o sujeito que as-
sume o papel de chefe.
LÍDER CHEFE
LIDERANÇA
ESTRATÉGICA
Ser líder é ótimo, acima de tudo, para o próprio líder. Ele vale cada vez mais no mercado
de trabalho. Os testes de seleção das empresas vêm tentando detectar nos candidatos
características intangíveis de um líder. Nos escritórios dos recrutadores de executivos,
esse pessoal tem sempre as portas abertas. Por que um líder é importante? Acima de
tudo porque o funcionário, por mais motivado que esteja, não está ligado à empresa.
Ele está ligado diretamente às pessoas com quem fala, para quem apresenta suas
ideias, de quem ouve uma palavra de apoio ou um resmungo de intolerância. Se acima
de um funcionário criativo, competente e motivado estiver um líder, tanto melhor. Mas
se ele não encontrar quem dê valor a suas ideias, vai procurar outras paragens onde se
sinta valorizado. Isso é péssimo para a empresa que precisa sobreviver num mercado
globalizado, no qual chegar à frente da concorrência pode significar a diferença entre
sobreviver ou perecer (BARBIERI, 2013).
É aí que os líderes fazem diferença. Ser líder requer apenas motivação, habilidades
de comunicação e alguns conhecimentos rudimentares sobre liderança.
“A empresa não trabalha para o presidente. O presidente está aqui para agregar va-
lor”, diz Cedric Lewis, presidente da ABB, Asea Brown Boveri, no Brasil. “O meu papel é
olhar a longo prazo”. Indiano naturalizado dinamarquês, Lewis tornou-se presidente da
ABB em fevereiro de 1995, depois de comandar uma das fábricas do grupo, em Guaru-
lhos, na Grande São Paulo. Qual foi a maior realização de Lewis no comando da fábrica,
segundo Lewis? Aumento de vendas? Lucro maior? Não. Ele acabou com o cartão de
ponto para todos os funcionários. “A empresa precisa demonstrar confiança em seu pes-
soal. O que importa para a ABB é produzir produtos com qualidade e no tempo certo. A
que horas o funcionário vai trabalhar, não interessa”, diz Lewis.
O sucesso sustentado na Nova Economia requer líderes empresariais dispostos a en-
frentar o desafio de reinventar seus modelos mentais, elaborar novos mapas e criar pa-
râmetros inéditos que os ajudem a tirar suas organizações da Era Industrial e inseri-las
na Era do Conhecimento. Liderança sempre foi fundamental para o sucesso de todo
empreendimento. Porém, na Nova Economia essa condição assume uma nova relevân-
cia, pois a crescente complexidade das organizações somada às necessidades de maior
autonomia do trabalhador do conhecimento tornam impossível que a organização de-
53
penda de um só líder.
No novo contexto, lideranças são necessárias em toda a organização, em seus diver-
sos níveis e posições, emergindo e dissolvendo-se organicamente ao longo do tempo,
dependendo das circunstâncias e das necessidades específicas. Paralelamente, nasce a
ideia do líder dos líderes, cuja responsabilidade é dar forma e aprimorar incessantemen-
te o trabalho dos diversos líderes espalhados na organização como um todo. (PAMPOLI-
NI, MAZO e GONÇALVES, 2013)
As raízes da liderança de líderes estão em ideais, e não apenas em conhecimentos.
Princípios morais, valores nobres e um forte impulso a servir de forma desinteressada
são os ingredientes fundamentais para o sucesso do líder de líderes.
ANOTE ISSO
Nelson Mandela (1918-2013) foi o principal representante contra o movimen-
to apartheid, o regime de segregação racial da África do Sul, idealista é reco-
nhecidamente um exemplo de líder estratégico.
54
Participativa: Há uma coesão no grupo que ocorre em praticamente todas as ativida-
des. As pessoas têm divergências de comportamento ou opiniões que são discutidas,
respeitadas e consensualmente sanadas em conjunto. A importância do crescimento
e desenvolvimento de todos predomina, sendo que para eles todos são líderes de suas
atividades, pois a liderança está distribuída. O grupo trabalha segundo o princípio do
consenso e trata de obter um elevado grau de relações interpessoais agradáveis para
um a sólida base na resolução de problemas. Todos podem atuar por participação, no
qual são envolvidos nos objetivos e atividades que a equipe precisa resolver e/ou desen-
volver. Isso significa que, numa situação que envolve todos, a participação verbal de seus
membros é bastante homogênea. A intimidação dos indivíduos reduz-se a um mínimo
mediante o ambiente informal.
Além das estruturas de liderança, podemos também visualizar os estilos de lideran-
ça, ressaltando que não existe uma melhor ou pior maneira de liderar, mas sim, o que
podemos identificar, é contingencialmente um ou outro comportamento de liderança
sendo mais eficaz que outro, existe e sempre existirá a diversidade, de pessoas, dos com-
portamentos, as próprias organizações.
Outro grande ponto que precisamos compreender é que não existe receita pronta
para liderar e conseguir atingir os objetivos propostos, porém, a não existência da recei-
ta, não quer dizer que não existam ingredientes capazes de prover uma liderança efetiva
e assertiva.
Dentre os estilos de liderança Limongi-França (2002) elenca três que são almejadas
por organizações modernas, portanto, por organizações que buscam nas equipes de
alto desempenho seu diferencial competitivo. São os estilos de liderança carismática, a
liderança transacional e a liderança transformacional. A seguir, discorreremos um pouco
mais sobre elas:
•• Liderança carismática: como o próprio nome nos remete, é associada ao carisma
do líder e sua capacidade de ser confiável. Sua autoridade é baseada na confiança
que seus liderados depositam sobre ele, e geralmente está atrelada aos valores,
crenças e objetivos comuns entre os indivíduos, o que contribui para um alto índi-
ce de desempenho da equipe,
•• Liderança transacional: diferentemente dos outros dois tipos de liderança, este
tem como ponto principal uma maior racionalidade, pois neste modelo o líder di-
reciona as tarefas em prol das metas, esclarecendo as exigências e habilidades de
cada papel a ser desempenhado. O papel de liderar é compreendido como ocor-
rências mutuamente gratificantes entre líder e liderados,
•• Liderança transformacional: além de ser baseado no carisma do líder e nos valo-
res e objetivos compartilhados, assim como na liderança carismática, existe ainda
a elevação da motivação e moralidade, ou seja, tanto líder quanto liderados são
levados a conhecer (assim conscientizando-se) dos papéis de cada participante no
processo de busca de resultados e realizações, fazendo assim que se resulte em
um envolvimento ativo na busca dos objetivos.
55
Como você deve ter percebido nos estilos de liderança apresentados, em todos eles te-
mos a participação efetiva do líder, não só encaminhando o trabalho, mas fazendo par-
te integrante do grupo de indivíduos, seja racionalmente direcionando e esclarecendo
os papéis, ou conferindo à gestão um toque pessoal de confiança e desenvolvimento
mútuos. Conforme apontamos anteriormente, esse tipo de comportamento da lideran-
ça não é uma receita pronta e acabada, mas para se conseguir liderar dessa maneira,
alguns ingredientes (habilidades) são necessários, conferindo assim a capacidade de
ajustamento à cada equipe/organização.
Após conhecer todos esses conceitos de liderança, identificar as estruturas e com-
preender os estilos, podemos nos aprofundar mais no cerne desta unidade (aula), a Li-
derança Estratégica, mas o que é a Liderança Estratégica?
O conceito de Liderança Estratégica está baseado muito mais na liderança que no
próprio líder, mas por muito tempo o foco foi compreender a pessoa enquanto líder, Mas
ao abordar a Liderança Estratégica, estamos discutindo com o foco no modus operandi,
ou seja, na maneira de pensar e agir que este líder tem.
Um fator de importância é o modelo mental ou o padrão como chamamos de neuro-
gestão. A forma como um líder pensa faz toda a diferença, isso atrelado à “forma” como
ele utiliza o seu pensar, e como coloca em prática, determinará como ele será reconhe-
cido em seu modelo de liderar. Uma característica presente em um líder estratégico é
ter uma visão de futuro, reconhecendo-o como uma construção com várias pessoas, de
vários estilos, agregando valor e assim estabelecendo uma liderança forte, por ter a di-
versidade em sua essência. A definição de liderança estratégica pressupõe a habilidade
de influenciar subordinados, pares e superiores a tomar, voluntariamente, decisões que
auxiliem a empresa de alguma maneira (ROWE, 2002).
Rowe (2002) nos oferece um quadro que aponta os diferenciais, comparando a Lide-
rança Estratégica com as lideranças gerenciais e visionárias:
56
LÍDERES ESTRATÉGICOS LÍDERES VISIONÁRIOS LÍDERES GERENCIAIS
• Combinam, em sinergia, lide- • São proativos, moldam ideias, mu- • São conservadores, adotam
rança gerencial e liderança dam o que as pessoas pensam ser atitudes passivas em relação
visionária. desejável, possível e necessário às metas; metas surgem da
• Enfatizam o comportamento • Trabalham para aprimorar estraté- necessidade, e não de desejos
ético e decisões baseadas em gias e novas abordagens para pro- e sonhos; metas são baseadas
valores blemas antigos; ocupam cargos de no passado
• Supervisionam responsabi- alto risco • Consideram o trabalho um pro-
lidades operacionais (roti- • Preocupam-se com ideias; relacio- cesso facilitador que envolve a
neiras) e estratégicas (longo nam-se com as pessoas de maneira integração de ideias e pessoas
prazo) intuitiva e compreensiva que interagem para definir es-
tratégias
• Formulam e implementam • Sentem-se alienados de seu am-
estratégias para o impacto biente de trabalho, trabalham nas • Relacionam-se com pessoas
imediato e manutenção de organizações, mas não fazem parte segundo as funções delas no
metas de longo prazo para delas; a percepção que têm de si processo de tomada de decisão
garantir a sobrevivência, o próprios não é vinculada ao trabalho • Acreditam ser conservadores e
crescimento e a viabilidade • Influenciam atitudes e opiniões das reguladores do status quo; a per-
em longo prazo pessoas dentro da organização cepção que têm de si próprios é
• Possuem expectativas gran- vinculada à organização
• Preocupam-se em garantir o futuro
des e otimistas em relação à da organização, principalmente por • Influenciam os atos e as deci-
performance de seus supe- meio do desenvolvimento e geren- sões das pessoas com quem
riores, pares, subordinados e ciamento de pessoas trabalham
deles próprios • Envolvem-se em situações e
• São mais ligados à complexidade, à
• Valem-se de controle estra- ambiguidade e à sobrecarga de in- contextos característicos de ati-
tégico e financeiro, dando formações; comprometidos com ta- vidades do dia-a-dia
ênfase ao estratégico refas multifuncionais e integradoras • Preocupam-se e sentem-se bem
• Utilizam e alternam o uso de • Sabem menos do que os especialis- com áreas funcionais de respon-
conhecimento tácito e explí- tas de sua área funcional sabilidade
cito em relação ao indivíduo • São especialistas na sua área
• São mais propensos a tomar deci-
e à organização funcional
sões baseadas em valores
• Usam padrões de pensamen- • Estão menos propensos a tomar
• Estão mais dispostos a investir em
to linear e não linear decisões baseados em valores
inovações e em capital humano e a
• Acreditam na adoção de es- criar e manter uma cultura eficiente • Apoiam e adotam postura de
tratégias, isto é, suas decisões a fim de assegurar a viabilidade em preço mínimo em curto prazo a
estratégicas fazem diferença longo prazo fim de aumentar a performance
em suas organizações e am- financeira
• Enfatizam o conhecimento tácito e
biente de trabalho.
desenvolvem estratégias como uma • Concentram-se em gerenciar a
forma comum de conhecimento tá- troca e a combinação de conhe-
cito que incentiva a realização de um cimento explícito e garantem o
objetivo cumprimento de procedimentos
• Valem-se de pensamento não linear de operação
• Acreditam na adoção de estratégias, • Valem-se de pensamento linear
isto é, suas decisões estratégicas fa- • Acreditam em determinismo,
zem diferença em suas organizações isto é, as escolas que fazem são
e ambiente de trabalho determinas pelo ambiente exter-
no e interno
Perceba que a Liderança Estratégica abarca todos os tipos e estruturas que discutimos
anteriormente É como se ao passar do tempo, fossem sendo inseridos novos estudos
e, portanto, novas responsabilidades e atitudes dentro de “um cargo” de líder. Liderar
estrategicamente é proporcionar que haja uma autonomia aos colaboradores ao per-
mitir que tomem decisões diárias mediante a adesão de uma cultura empresarial forte,
refletindo positivamente na experiência de consumo do cliente. Assim essas decisões
aumentam a viabilidade em longo prazo da organização, ao mesmo tempo em que
mantêm a estabilidade financeira em curto prazo.
57
AULA 11
DIAGNÓSTICO DO
COMPORTAMENTO
ORGANIZACIONAL
Diagnóstico pode ser definido como um processo analítico que permite conhecer a si-
tuação real da organização em um dado momento para descobrir problemas e áreas de
oportunidade, a fim de corrigir a primeira e aproveitar a segunda.
O diagnóstico examina e aprimora os sistemas e práticas de comunicação interna e
externa de uma organização em todos os níveis e também as produções comunicacio-
nais de uma organização como quadrinhos, metáforas, símbolos, artefatos e comentá-
rios que as pessoas da organização fazem em suas conversas diárias. Para isso, é utiliza-
da uma ampla variedade de ferramentas, dependendo da profundidade desejada, das
variáveis a serem investigadas, dos recursos disponíveis e dos grupos ou níveis específi-
cos entre os quais serão aplicados. O diagnóstico não é um fim em si mesmo, mas o pri-
meiro passo essencial para melhorar o funcionamento comunicacional da organização.
É importante frisar que diferentemente do médico que ao detectar o problema pres-
creve um tra tamento comum a todos os pacientes, ao falar de diagnóstico organiza-
cional, não se pode pensar em um “tratamento comum”, pois cada organização tem
sua especificidade, tem pessoas que por diversos motivos e experiências podem ou não
aceitar uma intervenção. Isso quer dizer que um “remédio” que funciona na empresa A,
não necessariamente poderá funcionar na empresa B. O que se deve fazer é conseguir
identificar qual o melhor método para realizar a interferência na empresa.
O diagnóstico organizacional é uma descrição, uma explicação feita pelo observador,
de operar em uma determinada organização. Essa explicação deve ser capaz de operar
adequadamente a organização, ou seja, permitir que outro observador testemunhe - no
seu campo de experiência - o funcionamento organizacional descrito. Isso significa que
o os processos organizacionais devem ser gerados a partir da explicação e que, além dis-
so, deve ser deduzido - a partir dele - outros fenômenos observáveis no campo de expe-
riência do observador. Esses outros fenômenos devem ser observados para que o diag-
nóstico possa servir como instrumento válido na comunicação científica e para que dele
possa ser implementado um processo de mudança organizacional (Rodríguez, 2004).
59
Segundo French e Bell (1996), o diagnóstico é uma coleta contínua de dados sobre o
sistema total ou suas subunidades, e sobre processos, cultura e outros objetivos de inte-
resse. A partir disso, ele deve identificar as forças, oportunidades e áreas problemáticas.
Atente-se que os autores enfatizam que o diagnóstico organizacional não é apenas
uma ferramenta de identificar “problemas” na organização, mas sim uma ferramenta
de auxílio à melhoria, pois identifica o estado atual, e isso representa enxergar tanto as
fraquezas (possíveis problemas a serem solucionados) mas também as forças (aquilo
que a empresa faz bem, que se diferencia das outras), aqui está uma nova diferenciação
entre o Diagnóstico Organizacional e o Médico, pois você já viu um médico passar tra-
tamento para quem está saudável? Não, é claro, o médico somente irá atuar na falta da
saúde. O contrário acontece ao se aplicar um diagnóstico organizacional, que não é utili-
zado apenas para identificar os problemas. O diagnóstico apontará sempre as melhorias
a serem realizadas. Vamos exemplificar para ficar mais claro.
Imagine o melhor time de futebol do mundo, com os melhores jogadores da atuali-
dade, mas que mesmo assim, durante uma partida, pode acontecer de o jogador chutar
a bola para fora do gol, ou chutar próximo do goleiro, errar um passe para o companhei-
ro, enfim, pode serem vistas melhorias, e essa é a função do diagnóstico organizacional:
sempre identificar os pontos fortes e fracos, possibilitando à organização enfatizar aqui-
lo que seja melhor para ela naquele momento.
Mas qual a importância do diagnóstico organizacional para as empresas? Com que
intuito as organizações utilizam o diagnóstico organizacional?
A necessidade do diagnóstico organizacional para as empresas está atrelada direta-
mente à sociedade, e para explicar melhor, vamos nos atentar à evolução (ou desenvol-
vimento) da sociedade.
A sociedade mudou e muda constantemente. Para compreender melhor, veja a
constituição familiar dos anos de 1950 por exemplo. Naquela época, as famílias eram
muito maiores, tinham-se em média 4 a 5 filhos por casal, o que demandava uma indús-
tria capaz de oferecer produtos que se enquadrassem nessa constituição. Além disso, as
pessoas tinham outros comportamentos sejam nas roupas, nos locais de entretenimen-
to, nos interesses, nas simbologias, etc. No período atua, temos famílias compostas de 1
filho por casal - e a tendência é que isso mude. A adequação às novas formas de viver da
sociedade exige das organizações que elas se reorganizem, se nos anos de 1950 não fazia
o mínimo sentido uma empresa realizar um processo para fabricação de um pacote de
arroz com apenas 1 quilo, hoje essa demanda é crescente, e assim podemos identificar
tantos outros produtos, como produtos pré-cozidos para dar mais agilidade, pois os pais
trabalham fora e não têm tempo de ficar cozinhando, os carros cada vez mais velozes
e menores, ainda que mais econômicos, e assim por diante. Em uma sociedade que a
quantidade de informação é gigantesca, o processo de transformação e alteração de
padrões ocorre em uma velocidade alucinante, e isso faz com que as empresas também
precisem constantemente prover avaliações e mudanças organizacionais.
Para Isabella (1990), entre os eventos que as organizações devem responder estão
aqueles que se formam em contextos de mudança substancial e adaptação. Esses even-
tos são raramente estáticos ou contidos dentro de uma estrutura de tempo discreta e,
para compreendê-los, é necessário buscar as bases de referência dos membros indi-
viduais, criadas por meio de intercâmbio social e negociadas dentro da coletividade,
representando a lógica dominante do grupo. Portanto, as percepções individuais numa
organização precisam ser compreendidas sob a perspectiva histórico-cultural e da es-
trutura de grupo, das trocas, da construção de relações e papéis.
Hoje se discute que, numa perspectiva estratégica de gerenciamento, é preciso co-
nhecer o ambiente organizacional, o contexto ecológico de pensamento e ação que
explica a maior parte dos problemas e onde se encontra grande parte das soluções or-
60
ganizacionais. Isso implica a necessidade de desenvolver um processo interpretativo
associado ao fenômeno organizacional, encorajando uma prática mais informada, refle-
xiva e autoconsciente. As características-chave que distinguem uma abordagem inter-
pretativa para pesquisa em administração incluem o ponto de vista dos participantes,
múltiplas perspectivas dentro de uma situação organizada (reconhecendo que diferen-
ças são essenciais para compreensão da ação e mudança estratégica) e o pano de fundo
histórico-contextual. Embora a palavra “diagnóstico” tenha uma conotação estreita que
em nada combina com a flexibilidade proposta pela abordagem interpretativa, o diag-
nóstico que se encaixa numa perspectiva dinâmica de análise organizacional não possui
o sentido médico de identificar doenças, mas está na origem grega do termo utilizado
por Morgan (1996) e que se refere à tentativa de discernir o caráter da situação.
Brito e Gomes (1997) afirmam que o diagnóstico organizacional deve vir acompanha-
do de uma postura multidisciplinar, dialógica e reflexiva, o que pressupõe a aplicação
de diferentes abordagens teóricas para realizar a análise participativa da realidade das
organizações. Ou seja, deve privilegiar o rigor da investigação científica sem perder de
vista seus objetivos primordiais de compreender conteúdos e práticas organizacionais.
É claro que pensando em uma metodologia científica aplicada ao diagnóstico orga-
nizacional, precisamos definir processos (ou elementos, utilizado por alguns autores) de
como funciona esse diagnóstico. Esse processo se inicia primeiramente na geração da
informação, logo após passando pela organização da informação e por último na análise
e interpretação dessa informação. Discorro sobre cada um desses processos agora:
63
AULA 12
GESTÃO
DA MUDANÇA
ORGANIZACIONAL
A mudança organizacional (ou desenvolvimento organizacional) pode ser descrita como
“um processo sistemático, administrado, e planejado de mudança de cultura, sistemas e
comportamentos de uma organização, a fim de melhorar a eficácia da organização na
solução dos problemas e no alcance dos seus objetivos” (SILVA, 2004 p. 400).
Atualmente, as empresas vivem um dilema: de um lado precisam buscar a produti-
vidade organizacional, e do outro satisfazer as necessidades dos seus colaboradores. As
ferramentas do desenvolvimento organizacional (DO) servem para equilibrar o ambien-
te de trabalho, ou seja, alinhar os objetivos organizacionais aos objetivos individuais.
A partir de uma situação atual qualquer, a empresa aplica as técnicas de desenvol-
vimento organizacional, visando uma mudança planejada, que resultam em uma situa-
ção desejada que pode ser aumentar o nível de apoio e confiança entre os membros da
organização, criar um ambiente em que a autoridade de um cargo seja aumentada por
especialização e conhecimento, aumentar o nível de responsabilidade pessoal e grupal
em planejamento e implementação de ações, ou ainda melhorar a comunicação entre
os membros da organização.
Existem duas formas de tratar a mudança, seja pelo processo proativo, ou seja, desenvolven-
do um programa de mudança planejada visando alterar o status quo da empresa, anteci-
pando-se as mudanças do ambiente interno e externo, ou pelo processo reativo, resolvendo
os problemas depois que eles surgiram, não é recomendado, pois a mudança planejada
gera mais efeitos positivos que uma mudança ao acaso (SILVA, 2008, SILVA, 2004).
Os principais tipos de mudanças são a incremental ou convergente, que consiste na
adaptação dos parâmetros já existentes, ou a radical que se refere à alteração dos parâ-
65
metros em uso por outras, representando uma quebra dos paradigmas preexistentes.
Outra forma de classificar os tipos de mudanças são (SOUZA, 2014 84-85):
•• Ajustes estratégicos: envolvem o dia a dia das mudanças táticas, cuja finalidade é
trazer novos clientes, podendo produzir melhorias de produtos e serviços, este tipo
de mudança deve ser incremental, constante e natural,
•• Reorientações estratégicas: envolvem a alteração da estratégia existente e, em
alguns casos, a adoção de uma nova estratégia. Quando o ambiente desenvolve
ou muda, uma organização pode ajustar alguns elementos de sua estratégia de
maneira a executá-la,
•• Mudança transformacional: envolve não apenas uma nova estratégia ou cultura,
mas a transformação do modelo de negócios e sua orientação de produtos, servi-
ços e clientes.
As mudanças são resultado de forças causadoras que podem ser internas ou endó-
genas, ou seja, fatores que se originam dentro da empresa, como políticas, normas,
comportamento e atividades, entre outros; e as externas ou exógenas, ou seja, aquelas
originadas fora da empresa tais como sistemas político, econômico, tecnológico, entre
outros. As exógenas têm força maior sobre a mudança, pois são fatores que a empresa
não pode controlar. As principais forças que favorecem a aplicação das ferramentas do
desenvolvimento organizacional são (SILVA, 2008, p. 366):
•• Modificação da estratégia administrativa,
•• Alteração do clima organizacional,
•• Modificação das normas culturais da organização,
•• Modificação da estrutura e das posições formais da organização,
•• Melhoria da colaboração intergrupal,
•• Aperfeiçoamento do sistema de comunicações,
•• Melhoria do planejamento e do estabelecimento de metas,
•• Alteração da motivação de equipes de trabalho,
•• Adaptação da organização a um novo ambiente,
•• Solução de problemas de fusão e de divisão de empresas.
Vamos apresentar agora, duas maneiras de realizar a mudança com foco na cultura or-
ganizacional dentro de uma empresa. A primeira é a revalorização da cultura organi-
zacional (figura 07), que pode acontecer em duas dimensões diferentes, por ressigni-
ficação dos valores culturais, ou seja, apresentação de um preceito antigo a partir de
uma nova ótica, como por exemplo, trocar a delegação de poderes pelo empowerment
(empoderamento) ou por obsolescência planejada de valores culturais, ou seja, conven-
cendo os membros da empresa de que os valores atuais não servem mais para ela, e que
precisa adotar novos, como por exemplo, a troca do individualismo pelo trabalho em
equipe. O processo de revalorização da cultura corporativa pode ser realizado em quatro
fases (JOHANN, 2004):
•• Fase 01 - Sensibilização: Nesta fase, a atenção está voltada para a alta administra-
ção na busca de fazer com que entendam o processo e seus benefícios por meio
de reuniões, workshops, entrevistas e seminários, entre outros. Em seguida, eles
passam por um treinamento para se tornarem gestores da cultura corporativa.
•• Fase 02 - Diagnóstico/formação dos modelos sociais: Nesta fase, busca-se por
meio de entrevistas com os gestores, recolher informações como os valores cul-
turais mais importantes, estilo de liderança, e o modelo de gestão. Estas informa-
ções são complementadas com os resultados da aplicação da pesquisa de clima
organizacional, e após a análise desses dados, é criado um novo modelo de cultura
organizacional.
•• Fase 03 - Ativação dos mecanismos de revalorização: Nesta fase, são utilizados
mecanismos para socializar a nova cultura dentro da empresa, dentre estes me-
canismos podemos citar os rituais corporativos, a atuação dos líderes como mo-
66
delos sociais, os padrões comportamentais na interação com os clientes, pesquisa
de clima organizacional, a comunicação interna ou ações de endomarketing, a
cidadania corporativa, a matriz de indicadores de desempenho, a reaprendizagem
organizacional e a gestão de talentos.
•• Fase 04 - Modelagem da nova cultura: Nesta fase, os resultados alcançados na socia-
lização da nova cultura são mensurados a fim de identificar se a mudança foi efetivada.
Figura 08 – Processo de DO
Fonte: Adaptado Silva (2008).
Seja qual for a maneira adotada para fazer a mudança planejada dentro da empresa,
podem existir alguns fatores que dificultarão a administração da cultura organizacional,
são eles (FLEURY, FISCHER, 2006, p. 147-148):
•• Problema dos níveis: a cultura existe em uma variedade de níveis diferentes na
empresa. Refere-se às crenças e aos pressupostos das pessoas dentro da organiza-
ção. É muito difícil modificar as manifestações de cultura,
•• Problema da infiltração: a cultura refere-se também aos produtos da empresa, às
estruturas, aos sistemas, formas de recrutamento, à missão da empresa, às recom-
pensas e à socialização,
•• Problema do implícito: refere-se à dificuldade de modificar coisas que são implí-
citas no pensamento e no comportamento das pessoas,
•• Problema do impresso: a história tem grande peso na administração presente e
futura da maioria das organizações,
•• Problema do político: refere-se às conexões entre a cultura organizacional e a
distribuição de poder na empresa. Esses grupos de poder geralmente não estão
dispostos a abandonar tais crenças,
•• Problema da pluralidade: a maioria das empresas não contém uma única cultura
organizacional, podendo apresentar uma série de subculturas,
•• Problema da interdependência: a cultura está interconectada não apenas com
a política da empresa, mas com sua estrutura, seus sistemas, suas pessoas e suas
prioridades.
68
A mudança organizacional, principalmente quando nos referimos às mudanças cultu-
rais, pode gerar uma série de consequências, seja elas positivas ou negativas que im-
pactam diretamente tanto a organização quanto os seus membros. Quando falamos no
âmbito da empresa, a melhoria dos processos e da eficácia organizacional, o aumento
da sustentabilidade institucional, bem como sua capacidade de responder com mais
perspicácia as demandas do ambiente são exemplos de consequências positivas para
a organização, já as negativas são expressas através do aumento da rotatividade, ab-
senteísmo, doença ocupacionais, diminuição da produtividade, alto desengajamento,
entre outros. Já em relação às pessoas os impactos são sentidos na variação do grau de
influência na lealdade, no comprometimento, no estresse, nas taxas de rotatividade, no
cinismo, na satisfação e na motivação, medo de perder o emprego, medo de perder o
status na organização, etc. (LIMA, BRESSAN, 2003 apud SOUZA, 2014).
Se uma mudança organizacional não é bem planejada e implantada, pode gerar al-
tos níveis de resistências, conflitos, moral baixo e o surgimento de contraculturas organi-
zacionais que consequentemente engessarão o crescimento da empresa. Você também
não pode se esquecer dos elementos culturais visíveis: se eles não representarem a nova
cultura, podem se tornar uma arma contra o processo, por exemplo, a empresa mudou
sua visão, mas não trocou a placa que fica fixada na parede, assim fica inviável cobrar o
comprometimento dos colaboradores com a nova visão se eles não sabem qual é.
Resumindo, um processo de mudança planejada ou não gera reações positivas ou
negativas nos membros da empresa, pois tiram os mesmos da zona de conforto. Al-
gumas das reações mais comuns são negar que esteja ocorrendo mudança, ignorar a
mudança, resistir à mudança, aceitar a mudança e se adaptar a ela, ou prever e planejar
a mudança. Dentre os fatores que podem gerar reações negativas diante das mudan-
ças organizacionais, estão o medo de perder o poder, a má compreensão ou falta de
confiança na proposta, a resolução de um problema com enfoques diferentes e a baixa
tolerância à mudança, entre outros (SILVA, 2008, JOHANN, 2004).
Para ajudar as pessoas a lidar com a mudança, existem quatro estágios que os ge-
rentes podem se valer para minimizar as influências negativas da mudança (BEER, 2002,
apud SOUZA, 2014):
•• Primeiro estágio (choque): as pessoas são pegas de surpresa e entram em cho-
que. Neste caso, devem-se providenciar mudanças dos processos de trabalho, re-
distribuição periódica de tarefas, determinação de metas maleáveis para estimu-
lar a flexibilidade,
•• Segundo estágio (negação defensiva): as pessoas tendem a ficar agressivas e
a negar a existência da mudança, a fim de proteger os padrões anteriormente
estabelecidos. Podendo contaminar os outros membros contra as iniciativas de
mudança. Neste caso, deve-se manter os negadores ligados ao grupo imediato,
proporcionar um momento para que o colaborador possa desabafar e se sinta im-
portante no processo de mudança,
•• Terceiro estágio (reconhecimento): as pessoas passam a reconhecer a existência
da mudança, neste caso devem-se escutar as dúvidas e reclamações, integrar os
colaboradores a grupos coesos,
•• Quarto estágio (aceitação e adaptação): a maioria dos colaboradores acaba aceitan-
do sua nova situação e adaptando-se a ela. Neste caso, deve-se trabalhar com dinâ-
micas de grupo, compreender as necessidades dos colaboradores planejando ações
direcionadas, deslocar o foco dos sentimentos para a ação, estar pronto para efetuar o
outplacement (desligamento) no caso de as pessoas se colocarem contra a mudança.
Nota-se que o apoio dos membros da empresa, desde a alta administração até o nível
operacional, é muito importante para o desenvolvimento de uma mudança organizacional
69
AULA 13
RELAÇÕES
INTERPESSOAIS
Toda organização é formada essencialmente por pessoas, e como já discutimos ante-
riormente, o ser humano é um ser social, ou seja, precisa e necessita relacionar-se. A essa
relação chamamos de Relacionamento Interpessoal, que pode ser definido como uma
ligação, um vínculo entre duas ou mais pessoas dentro de um contexto, podendo este
ser o convívio familiar, religiosos, social, ou ambiente de trabalho.
Essa incessante procura por relacionar-se está atribuída, segundo Freud, para ali-
mentar uma intensa troca de energia, conhecimentos e emoções com outras pessoas.
Empresas são os resultados de pessoas. Como tal, quanto melhor for a relação dos cola-
boradores de uma organização, mais produtiva será a sua convivência. Profissionais que
fazem parte de grupos harmônicos trabalham em maior sintonia também, pois se co-
nhecem e se respeitam mutuamente, o que torna o desempenho individual e o trabalho
em equipe muito mais proveitoso
Por outro lado, quando os colaboradores não se dão bem, os departamentos não se
comunicam com efetividade e os profissionais não cooperam para o alcance efetivo das
metas. A empresa acaba perdendo muito de sua capacidade produtiva e, consequente-
mente, seus investimentos. Isso acontece porque num ambiente onde as relações pessoais
não são auspiciosas, a organização perde sua força máxima. Logo, o lema: “juntos somos
mais fortes”, não é apenas uma expressão. Na prática, isso realmente faz muita diferença!
Fazendo mais uma vez uma autoanálise, convido você a relembrar pelo menos de
uma situação onde isso ficou claro em seu trabalho. Pode ser um projeto importante em
que um colega não entregava nunca a sua parte, uma demanda emperrada pela falta
de colaboração de outro departamento ou ainda pela dificuldade do líder de comunicar
ao grupo suas ideias, metas e decisões.
Ainda que estes sejam apenas exemplos de circunstâncias hipotéticas, saiba que são
problemas que acontecem com bastante frequência nas empresas. No dia a dia, esses
são também alguns dos motivos que fazem com que o relacionamento interpessoal en-
tre seus profissionais seja minando. Para virar este jogo e construir relações profissionais
71
melhores, respeito, empatia, trabalho em equipe, visão sistêmica, paciência, cooperação
e uma liderança positiva, são verdadeiramente palavras-chave.
Perceba, caro(a) aluno(a), que todas as nossas discussões dentro desta disciplina es-
tão agora se afunilando e se completando como se cada assunto abordado anterior-
mente fosse uma peça de um grande quebra-cabeças que agora vem tomando forma.
Mas retornando ao assunto em pauta sobre o relacionamento interpessoal, torna-se im-
possível que não haja um relacionamento entre as pessoas dentro da organização, então
precisamos compreender duas afirmações literais e objetivas sobre os relacionamentos.
ANOTE ISSO
Conflito e confronto são coisas diferentes: conflito é o debate de ideias, são
posicionamentos diferentes. Já confronto é a tentativa de aniquilar o inimigo.
73
AULA 14
GESTÃO DA
DIVERSIDADE
Tenho certeza de que algum dia de sua vida você já tenha escutado esta frase: “O Brasil
é um país de dimensão continental”, mas você já parou para analisar o que isso significa?
Nosso país é tão grande em extensão territorial que se encontra na quinta posição do ran-
king. Para você ter uma ideia, o Brasil possui em torno de 8.516.000 km2, enquanto a Ocea-
nia, que é um continente formado por ilhas mais a Austrália, possui 8.526.000 km2, uma
diferença irrisória se comparado às proporções. Além disso, o território brasileiro representa
mais de 20% do território americano e quase 50% da América do Sul. Cerca de 92% do terri-
tório nacional encontra-se em uma faixa tropical, o que resulta em riquíssima fauna e flora.
Só isso já bastaria para nosso país apresentar uma diversidade de etnias, culturas e
costumes bem grande, porém, some-se a isso que no processo de colonização recebemos
espanhóis, portugueses, ingleses e holandeses. Não obstante, fomos o maior importador
de escravos da África, e ainda após a libertação dos escravos, houve incentivo do governo
para a vinda de imigrantes de todo o mundo, o que ocasionou navios e mais navios de ita-
lianos, japoneses e alemães, entre outros povos. Isso sem contar os próprios sul-america-
nos que aqui se instalaram buscando melhores oportunidades. Ufa! Que salada de gente,
não é mesmo? Essa miscigenação derivada da construção da sociedade brasileira faz com
que tenhamos uma diversidade enorme de indivíduos, conforme Hanashiro aponta: “A
formação da população brasileira se caracteriza por uma multiplicidade e grande diversi-
dade étnica e intenso processo de miscigenação” (HANASHIRO, 2008, p. 49).
Nkomo e Cox Junior (1996) argumentam que as definições de diversidade e identida-
de podem ser resumidas em duas categorias: a) as restritas, com ênfase na raça, etnia e
gênero, e b) as amplas, nas quais se incluem fatores como história, formação educacio-
nal, estilo de vida, origem demográfica, ou qualquer situação em que os atores não são
semelhantes em relação a algum ponto. As empresas brasileiras, na proposta de ampliar
sua competitividade, vêm atravessando intensos processos de fusões e aquisições. Os
colaboradores passam a conviver com pessoas procedentes de empresas com estilo de
75
gestão diversificado. Muitas vezes essas empresas são de nacionalidades diferentes o
que agrava as dificuldades de entendimento e convivência.
Percebe-se que no discurso sobre diversidade é tudo muito bonito, mas a realidade
merece um olhar mais atento para as políticas internas das organizações, caso esse dis-
curso torna-se ficam sem valor. A dimensão simbólica e cultural de uma organização é
construída ao longo do tempo, exatamente pela influência das pessoas que nela traba-
lharam e trabalham, por isso sempre haverá espaço para contradições e ambiguidades
na convivência entre grupos.
Então, voltando nosso olhar para o ambiente organizacional, é impossível não perceber
que a diversidade deve ser compreendida como um fator determinante nos relaciona-
mentos e, assim sendo, influenciará constantemente a organização e os outros indiví-
duos, assim como numa estrada de mão dupla.
A diversidade que abordamos refere-se à diversidade no campo amplo de seu enten-
dimento, e ela pode ser étnica, religiosa, de gênero, enfim, todos os tipos de diversidade
possíveis dentro da organização.
A diversidade, quando bem administrada, cria uma vantagem competitiva em seis
áreas: custo, aquisição de recurso, marketing, criatividade, solução de problemas e flexi-
bilidade organizacional, pois agrega valor diferenciado à empresa. No entanto, também
pode gerar problemas potenciais em termos de conflitos interpessoais, rotatividade de
mão de obra, comunicação menos fluida (ROBBINS, 2005).
77
As transformações no mundo do trabalho e nas relações vêm contribuindo para abalar
muitas convicções organizacionais e questioná-las. Trabalhar com cargo que demanda
o exercício de poder exige a compreensão de que se trata de algo transitório atrelado
ao cargo. Nos cargos de comando, exige-se dedicação e habilidades para conduzir as
múltiplas obrigações. Saber conciliar os conflitos pessoais e esperar o momento certo
constituem fatores de sucesso profissional (FONTENELE-MOURÃO, 2006).
O mesmo Instituto Ethos referencia quais são as possibilidades de incentivo que a
organização pode criar para fomentar a diversidade, sendo eles:
•• Informações sobre os funcionários: Realize um acompanhamento das informa-
ções a respeito de seus empregados, identificando as discrepâncias e mudanças
nas situações comparativas de mulheres, negros ou outros grupos relevantes para
sua empresa.
•• Recrutamento: Comprometa-se a contratar e promover pessoas com experiências
e perspectivas diferentes. Recrute seu pessoal de formas e fontes diversificadas.
•• Desenvolvimento e remuneração: Adote a diversidade como um parâmetro
orientador das políticas de desenvolvimento, manutenção, encarreiramento e re-
muneração das pessoas da empresa.
•• Suporte a novos funcionários: Inclua em seus programas de integração a atenção
para a diversidade, favorecendo a transposição de barreiras hierárquicas e a per-
meabilidade de grupos já constituídos internamente.
•• Treinamento e comunicação: Promova ações de treinamento e comunicação re-
gulares para todos os funcionários.
•• Avaliação de desempenho: Torne o desempenho da diversidade parte da avalia-
ção periódica de todos os gestores e empregados.
•• Consultoria: Dimensione sua necessidade de apoio externo e contrate especialis-
tas e instituições tecnicamente capacitadas para subsidiar a implementação de
políticas de diversidade.
•• Multiplicação: Busque multiplicar a cultura da diversidade junto às demais em-
presas de seu setor de atividade, por meio de entidades associativas ou sindicatos
patronais.
•• Disseminação: Implemente iniciativas para disseminar sua política de diversidade
junto a seus parceiros, consumidores, clientes, fornecedores e junto às comunida-
des em que atua.
•• Parcerias: Estabeleça parcerias e intercâmbios com entidades e instituições da
comunidade voltadas para a promoção da diversidade.
•• Envolvimento comunitário: Reforce as relações comunitárias da empresa.
•• Marketing: Assegure que os princípios de diversidade orientem as campanhas de
publicidade e marketing de seus produtos. Faça também marketing institucional
de suas iniciativas pela valorização da diversidade.
Como você pode ver, a diversidade dos indivíduos nas organizações vem sendo cada vez
mais importante para as empresas. Assim, a capacidade de conseguirmos nos relacio-
nar e comunicar de forma mais assertiva e positiva possível com as pessoas está ficando
imprescindível.
78
AULA 15
GESTÃO
DO ESTRESSE
OCUPACIONAL
Estresse ou síndrome geral de adaptação (SGA) é a doença da moda, mas muitas pes-
soas ainda não sabem realmente o que significa. Por isso, existem diversas pesquisas
relacionadas ao efeito desse fenômeno na saúde mental das pessoas, principalmente,
porque o índice de aposentadorias e absenteísmo ligados a ele são alarmantes. Pode-
mos definir estresse de maneira geral como “o conjunto de reações que um organismo
desenvolve ao ser submetido a uma situação que exige esforço de adaptação”, sendo
que essa situação pode ser avaliada “como uma ameaça ou algo que exige dela mais
que suas próprias habilidades ou recursos e que põe em perigo seu bem-estar ou sobre-
vivência” (FRANÇA, RODRIGUES, 2011, p. 29 e 36).
Já o estresse ocupacional é “um problema de natureza perceptiva, resultante de
uma incapacidade em lidar com as fontes de pressão no trabalho, tendo como conse-
quências, problemas de saúde física e mental e na satisfação no trabalho, afetando não
só o indivíduo como as organizações” (COOPER, 1993 apud VIEIRA et al, 1999, p. 217), ou
seja, esse tipo de estresse, em especial, está relacionado com o desequilíbrio entre a
demanda de trabalho e as competências técnicas e comportamentais do indivíduo. Po-
demos concluir que o estresse, de forma geral, envolve fatores da vida do indivíduo, mas
o estresse ocupacional está, diretamente, ligado aos fatores do trabalho. Você sabia que
a síndrome geral de adaptação também pode ser considerada positiva? Pois é, existem
dois tipos de estresse, o eustresse ou estresse positivo, quando a pessoa recebe estímu-
los breves e controláveis em forma de desafios, fazendo com que ela consiga se adaptar
à situação, gerando crescimento, prazer, desenvolvimento intelectual e emocional, bem
como menor risco de adoecimento.
Já o estresse negativo ou distresse surge devido aos estímulos prolongados e inten-
sos em forma de ameaça, que desencadeiam um processo de adaptação inadequado,
podendo gerar desconfortos e doenças, portanto, as pessoas que se enquadram nesse
caso, têm maior probabilidade de adoecer, infelizmente esse é o tipo mais conhecido
(FRANÇA, RODRIGUES, 2011). A partir do conhecimento de que o estresse pode ter um
lado positivo e outro negativo, podemos concluir que ele é algo impossível de erradicar,
80
principalmente, porque ele é importante para que as pessoas enfrentem as diferentes
situações do cotidiano, “a vida sem estresse seria chata, monótona e sem graça, não ha-
veria desenvolvimento pessoal ou científico” (FRANÇA, RODRIGUES, 2011, p. 31), as pes-
soas apenas precisam aprender a lidar com o estresse negativo, pois estão a todo o mo-
mento tentando se adaptar às exigências internas e externas ao ambiente. Elas podem
reagir de formas diferentes frente aos estímulos internos e externos, ou seja, o que relaxa
uma pessoa pode estressar outra. Existem pessoas que são capazes de reagir a situações
estressantes, enquanto outras parecem ser abatidas por elas, ou seja, o que diferencia as
pessoas é a capacidade de lidar com o estresse, isto é, sua percepção, experiência, apoio
social, motivações, personalidade e expectativa (FIORELLI, 2003).
Os estímulos internos e externos mencionados anteriormente, também conhecidos
como fontes, agentes ou fatores estressores, são considerados externos quando estão liga-
das aos eventos que ocorrem na vida do indivíduo, por exemplo, mortes, nascimentos, ca-
samento, entrevista de emprego, acidentes, doenças, mudança de emprego, entre outros.
Já os internos são próprios do indivíduo, por exemplo, os padrões comportamentais, cren-
ças e valores, portanto, as pessoas mais impacientes, competitivas e perfeccionistas são
mais propensas ao estresse, mas as pessoas mais calmas e tranquilas têm menos probabi-
lidade de serem acometidas pelas doenças proporcionadas pelo efeito negativo do estres-
se (VIEIRA, SOBRINHO, 1995). Os fatores estressores, também, podem ser classificados em:
•• Fatores do contexto ou ambiente extraprofissional (políticas governamentais
inadequadas, desajustamento familiar, problemas financeiros, política de preços
exorbitantes, serviços de saúde pública sucateados, entre outros).
•• Fatores ou agentes do ambiente de trabalho (condições de trabalho, mudanças
organizacionais, normas institucionais, clima organizacional, burocracia, comuni-
cação, autonomia, recompensas, reconhecimento, sobrecarga de trabalho, proces-
sos, relacionamentos interpessoais, ciclo de vida da empresa, controle, responsa-
bilidades, pressão, prazos, possibilidade de progresso, suporte organizacional, tipo
de cliente, satisfação, conflito de papel, conflito com valores pessoais, presença de
riscos ocupacionais, falta de higiene ambiental, entre outros).
•• Fatores de vulnerabilidade (dependentes de medicamentos, portadores de traços
neuróticos (inseguros e tensos), impacientes, competitivos, perfeccionista, fazer ou
pensar duas ou mais coisas ao mesmo tempo).
Partindo disso, há, também, as consequências para as empresas, como podemos o au-
mento da rotatividade, o absenteísmo por doenças comuns e ocupacionais, os aciden-
tes de trabalho, custos com problemas de saúde, a queda da produção, as greves, a sa-
botagem, os choques hierárquicos, a ociosidade, a redução da qualidade dos produtos,
os conflitos, entre outros. Por isso, é muito importante a empresa trabalhar na prevenção
dessa síndrome, para tanto, os principais indicadores de estresse são:
Com base nessas informações, são elaboradas as ações de prevenção do estresse (VIEI-
RA, SOBRINHO, 1995). Por isso, a melhor opção é prevenir para não ter que aplicar estra-
tégias de enfrentamento ou coping, que representam um
83
Fonte: adaptado de Lazarus e Folkman (1984)
Lembre-se de que às vezes mudar as causas de estresse não são suficientes, e a elimi-
nação dos sintomas é melhor do que nada, intervenções como exercícios físicos, técni-
cas de relaxamento e meditação, feedback positivo, rodízio de cargos, ginástica laboral,
técnicas de administração do tempo, expansão da rede de apoio social, planejamento
econômico, reeducação alimentar, entre outros, representados pelos programas de pro-
moção a saúde e programas de QVT, podem gerar benefícios tanto para as pessoas
quanto para as empresas como a melhoria da qualidade de vida, aumento da motivação
e satisfação no trabalho, redução do número de doenças e afastamentos, oportunidade
de crescimento pessoal e profissional, otimização dos recursos da empresa, redução da
ansiedade, aumento da produtividade, entre outros. Nos próximos tópicos você conhe-
cerá as duas síndromes relacionadas com o estresse que assolam muitas pessoas no
mundo todo.
84
AULA 16
GESTÃO
DE PESSOAS
A expressão Recursos Humanos, amplamente utilizados em todos os setores da socie-
dade, refere-se às pessoas envolvidas ou que fazem parte de um determinado empreen-
dimento ou do processo deste. Não obstante a sua popularidade, deve-se ressaltar que
este termo trata de um modelo de administração que vem sendo questionado e substi-
tuído por denotar uma visão utilitária das pessoas envolvidas nos processos de trabalho.
Às organizações é rotineiro o desafio de manterem-se competitivas e eficazes, in-
dependentemente do momento histórico vivenciado, as condições sócio-históricas
impõem a elas uma conjuntura incerta, para isso as organizações precisam adaptar-se
constantemente. Com isso, a utilização de técnicas e ferramentas (sejam físicas ou não)
também necessita de atualizações incessantes, e não seria diferente com a gestão de
pessoas dentro das organizações.
As organizações de hoje enfrentam um ambiente mais mutável, e isso exige que
elas se adaptem a essas novas condições. A natureza mutável do trabalho requer que as
organizações se ajustem a um ambiente totalmente multicultural, e para isso a gestão
de pessoas tiveram de aderir a práticas e políticas com a intenção de atrair e reter uma
força de trabalho mais diversificada. A partir disso, fez-se necessário investir em treina-
mentos para seus colaboradores com o intuito de melhorar leitura, calculo, computação
entres outras habilidades. (ROBBINS, 2005).
A tecnologia está mudando os colaboradores e as organizações; computadores ago-
ra são comum em todas as empresas, o celular também está presente nessa mudança e
para muitos se tornou a primeira necessidade, os sistemas e as redes de computadores
estão remodelando toda a parte interna da economia a nível mundial, a internet é um
artigo indispensável hoje em dia. A competição também está mudando hoje a concor-
rência pode estar do outro lado do mundo ou da cidade e ainda assim e bem forte e
impactante com toda a mudança hoje muito aumento de concorrência dentro da eco-
nomia globalizada. (ROBBINS, 2005).
As tendências sociais sofreram uma mudança radical em comparação há anos atrás.
Hoje as pessoas conversam e trocam informações em salas de bate-papo na internet.
Tudo isso requer melhorar a capacidade da organização de se adaptar nas mudanças
de seus ambientes, visando mudar o comportamento de seus colaboradores para que
assim a organização consiga sobreviver, tudo isso está voltado para a adaptação as mu-
86
danças dentro das empresas pra que as pessoas se comportem diferente no trabalho e
em sua interação com os colegas de trabalho. (ROBBINS, 2005)
Uma descoberta sobre o comportamento é que muitas vezes as pessoas se recusam
a mudar por estarem acomodadas ou por não terem interesse em mudar e se adap-
tar pela organização. A resistência é grande nesse ponto de reorganização e dificulta a
adaptação e progresso, mas o que vem à tona é o acumulo de reações causadas pela
mudança. Por isso, é de grande importância que as empresas incentivem e estimulem
as inovações. O estresse no trabalho também afeta muito e se tornou um grande proble-
ma para a organização. (ROBBINS, 2005)
A comunicação entre as pessoas se tornou cada vez mais difícil, pois muitas pessoas
se isolam dentro das organizações, o que fica mais difícil de ser controlado e não contri-
bui em nada para as diferenças e mudanças no ambiente organizacional. (CHIAVENATO,
2002)
Desde a escola das Relações Humanas, liderada por Elton Mayo - criada nos Estados
Unidos devido ao desemprego resultante da crise de 1929 - e impulsionada pela pes-
quisa desenvolvida na Western Eletric, no bairro de Hawthorne, passou-se a valorizar o
ser humano nas organizações e a verificar fatores motivacionais que os impulsionam a
atingir, com comprometimento, os objetivos organizacionais (SILVEIRA, 2007). Desde
então os estudos passam a voltar seu olhar ao fator humano no trabalho, contrariando
as ideias defendidas por Taylor de que a organização era uma máquina desprovida de
valores humanos (SILVEIRA, 2007).
A experiência de Hawthorne, realizada entre 1927 e 1932, tinha como objetivo inicial
conduzir experimentos relacionado à luminosidade do ambiente de trabalho com a efi-
ciência dos operários, medida pela produção. A partir dos primeiros resultados, a pes-
quisa se estendeu ao estudo da fadiga, aos acidentes de trabalho, à rotação do pessoal e
ao efeito das condições físicas do trabalhador sobre a produtividade dos operários (SIL-
VEIRA, 2007). Os resultados apresentados por tal experiência apresentam-se a seguir:
•• O nível de produção não é determinado pela capacidade física do trabalhador,
mas sim, pela sua integração social. O homem precisa conviver com as outras pes-
soas para poder se sentir útil e com vida nas organizações.
•• O comportamento do indivíduo está apoiado no grupo.
•• O comportamento dos indivíduos está condicionado a normas e padrões sociais.
As pessoas preferem ganhar menos para manter as relações amistosas com os
colegas de trabalho.
•• Grupos informais surgem naturalmente nas organizações por questões de amiza-
de, identificação e objetivos comuns, o que é um fator determinante para o esta-
belecimento de relações de confiança entre os companheiros de trabalho.
•• Interação social: as pessoas precisam interagir umas com as outras, porque são
seres humanos com sentimentos.
•• Conteúdo e natureza do trabalho: devem estar de acordo com as aptidões dos tra-
balhadores para que não se sintam frustrados e desmotivados.
•• Emoção: todo dirigente tem de compartilhar as emoções dos seus trabalhadores
(ANDRADE e AMBONI, 2006, p. 97).
PROVISÃO Pesquisa de mercado Deve ser feita uma pesquisa e análise do mercado
de Recursos Humanos a fim de verificar onde se encontram as fontes para
o recrutamento dos talentos necessários para o
desenvolvimento da organização.
89
SUBSISTEMA TÓPICO POLÍTICA ADOTADA
91
1. Mapa Estratégico: É ele quem apresenta de forma resumida a importância de
cada setor dentro da empresa e o que cada gestor e colaboradores da empresa
deve fazer para o cumprimento dos objetivos futuros. O mapa estratégico é tam-
bém entendido como uma visão do que ocorrerá no futuro da organização. (DESL-
LER, 2014)
2. Scorecard de RH: É uma ferramenta utilizada junto com o mapa estratégico para
incrementá-lo e informatizar. Segundo Desller, o Scorecard ajuda o gestor nas se-
guintes atividades:
O processo de Scorecard ajuda o gerente a quantificar as relações entre 1 as atividades
de RH (quantidade de testes, treinamento, e assim por diante) 2 o comportamento dos
empregados (atendimento ao cliente, por exemplo) 3 o desempenho e o resultado es-
tratégico maior como a satisfação do cliente e a lucratividade. (DESLLER, 2014, p. 54)
92
CONCLUSÃO
Prezado(a) Acadêmico(a),
93
ELEMENTOS COMPLEMENTARES
LIVRO
Comportamento organizacional
Autor: Idalberto Chiavenato
Editora: Manole
Sinopse: As organizações costumam ser avaliadas com base em
indicadores contábeis, entretanto é necessário conhecer melhor seu
funcionamento e suas características físicas e humanas para garantir
competitividade e sucesso em um mundo globalizado. Dessa manei-
ra, o estudo do comportamento organizacional é indispensável, pois
possibilita o conhecimento aprofundado da organização além de dar
coesão ao capital humano, uma vez que está relacionado ao estilo de
gestão da empresa e à cultura organizacional.
Diante da importância do tema, este livro, baseado em modernos
conceitos, reúne exemplos, aplicações e pesquisas atinentes ao
comportamento organizacional a fim de preencher uma lacuna na
literatura. Organizado em 5 partes e 18 capítulos, aborda assuntos
importantes para a administração, como: o mundo das organizações,
as organizações e sua administração, motivação e engajamento,
qualidade de vida no trabalho, estresse, conflito e negociação, cultura
organizacional, conhecimento corporativo e organizações de aprendi-
zagem, estratégias organizacionais, etc.
FILME
WEB
Site Espresso 03
O site Espresso 03 oferece subsídios para uma aprendizagem perma-
nente no tema educação corporativa, pois promove um espaço de
trocas de conhecimento e despertar novos insights para a aplicação
no trabalho.
Web: < http://espresso3.com.br/>
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REFERÊNCIAS
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In: PUTNAM, L., PACANOWSKY, M. E. (Coords.). Communication and organizations: an in-
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______. Obras completas - O mal-estar na civilização, Novas conferências introdutórias à
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